Brasil

Sob esquema de segurança, começa acareação em CPI

Em delação premiada, Paulo Costa acusou Cerveró de ter recebido propina pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Cerveró, contudo, nega acusações


	Paulo Roberto Costa: na primeira vez que esteve na CPI, ex-diretor disse que não era "homem bomba" da Petrobras
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Paulo Roberto Costa: na primeira vez que esteve na CPI, ex-diretor disse que não era "homem bomba" da Petrobras (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 15h04.

Brasília - Sob forte esquema de segurança, a CPI mista da Petrobras iniciou na tarde desta terça-feira a acareação entre o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o ex-diretor de Área Internacional da companhia Nestor Cerveró.

Em delação premiada, Costa acusou Cerveró de ter recebido propina pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Cerveró, contudo, nega as acusações.

A aquisição de metade dessa refinaria teve o aval da presidente Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da estatal na época da operação.

O Tribunal de Contas da União (TCU) isentou Dilma de responsabilidade pela compra, mas apontou que a operação causou um prejuízo de US$ 792 milhões.

O pedido para colocá-los frente a frente foi aprovado pela comissão no último dia 18 de novembro, a pedido do deputado Ênio Bacci (PDT-RS).

"Acho que a acareação faz parte das investigações e nenhuma CPI tem usado muito. Aquele que é convocado, no mínimo, vai dizer algo de forma oposta (ao acusador)", afirmou o autor do requerimento, na ocasião.

Quando estiveram antes no Congresso Nacional, tanto Cerveró como Paulo Roberto Costa negaram terem cometido ou tomado conhecimento de quaisquer irregularidades.

Na primeira vez que esteve na CPI do Senado, no dia 10 de junho, o ex-diretor de Abastecimento chegou a dizer que não era o "homem bomba" da Petrobras. "Eu não me considero homem bomba", afirmou.

Na última ocasião que veio ao Congresso, no dia 17 de setembro, Paulo Roberto Costa ficou calado, afirmando 18 vezes que não tinha "nada a declarar".

Na época, ele já tinha iniciado seu processo de delação premiada no curso da Operação Lava Jato, o que lhe permitiu, em troca de confessar crimes, deixar a prisão e cumprir pena em regime domiciliar.

O acordo de delação de Costa foi assinado no dia 30 de setembro. A defesa do ex-diretor de Abastecimento sinalizou que seu cliente deverá permanecer calado novamente.

Os dois estão sentados um em frente ao outro, acompanhado do seus advogados, e numa mesa em frente à da direção da CPI mista.

Costa está com um espessa barba branca. A sala da reunião está lotada de deputados e senadores, em sua maioria da oposição, assessores parlamentares e jornalistas.

A entrada à sala da acareação está sendo controlada pela Polícia Legislativa do Senado. Diante da grande presença de pessoas, outra sala de reuniões foi reservada com um telão para que eles possam acompanhar a acareação.

O início do encontro está sendo presidido pelo senador Gim Argello (PTB-DF), primeiro vice-presidente da CPI mista.

Mais cedo, a indicação para uma cadeira de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), foi escolhido pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

A indicação de Vital ainda terá de passar pelo plenário do Senado e pela Câmara dos Deputados.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCongressoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoIrregularidadesPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Senado aprova projeto para restringir uso de celular em escolas

Linha 11-Coral da CPTM segue com superlotação após descarrilhamento; veja alternativas

Posso tirar o nome do meu pai/mãe da certidão de nascimento?

Lewandowski limita atuação da PRF em operações fora de rodovias