Postos de gasolina: desespero deve acabar em dois ou três dias, diz Sindicato do Comércio de Derivados de Petróleo de São Paulo (Antônio Cruz/ABr/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de maio de 2018 às 10h39.
Última atualização em 26 de maio de 2018 às 11h43.
São Paulo - A falta de combustível atinge praticamente todo o País, em razão da greve dos caminhoneiros que chega ao sexto dia neste sábado, 26. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Derivados de Petróleo de São Paulo (Sincopetro), José Gouveia, os postos de gasolina não recebem produtos e não há expectativa para que o problema seja resolvido.
Segundo Gouveia, mesmo após o acordo definitivo, o desespero deve acabar em dois ou três dias, mas a normalização demorará mais tempo. "Assim que um caminhão abastecer um posto, vamos observar filas. A situação, porém, nos postos de combustível será normalizada totalmente em uma semana", avaliou.
O taxista Wagner Simonetti, de 60 anos, rodou pela cidade em busca de combustível por duas horas na madrugada deste sábado, até dar de cara com uma fila em um posto próximo ao viaduto Amaral Gurgel,na Santa Cecília, no centro da cidade, onde a gasolina custava R$ 5,50. "Dois caminhões abasteceram durante a madrugada e, mesmo caro, a fila estava enorme. Como a busca por corrida está grande agora, vou aproveitar a sorte para trabalhar", ressaltou.
O medo de ficar sem combustível também fez motoristas acordarem cedo neste sábado. Muitos postos apenas sinalizavam com cones e placas a falta de gasolina e de etanol. Onde ainda tem combustível a disputa é grande. Na Avenida Salim Farah Maluf, nas proximidades da Ponte do Tatuapé, motoristas faziam fila em um posto sem bandeira que estava aberto e tinha duas bombas funcionando. Os carros ocupavam pelo menos três quarteirões.
"Não temos o que fazer. O consumidor não está achando combustível. Um ou outro posto ainda tem, mas é raro. Algumas estradas foram desbloqueadas, mas não há movimento nas bases de carregamento", disse o presidente do Sincopetro.
Na quinta-feira, 24, o Sincopetro já havia alertado que o combustível corria o risco de acabar na cidade. Segundo o presidente da instituição, mesmo com o acordo feito entre representantes da categoria e o governo, os caminhões continuavam parados e os postos sem abastecimento desde terça-feira, 22. Gouveia informou que pediu uma trégua à Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), mas não teve resposta. Ao todo, o Estado tem 8,7 mil pontos de venda de combustível.