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Sindicato dos Bancários critica fala de Doria sobre BB e Caixa

O sindicato ressaltou, em nota, que a privatização dos bancos públicos não será a ponte para o Brasil sair da crise

Doria: "Não vejo razão de o Brasil ter dois bancos" (Rodrigo Paiva/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 18h40.

São Paulo - O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região criticou, em nota à imprensa, nesta terça-feira, 12, a afirmação do prefeito de São Paulo, João Doria , de que o País não precisa de dois bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal .

O tucano afirmou hoje, na saída de um evento sobre infraestrutura na América Latina, que a fusão de ambos evitaria "a sobreposição e o uso político também".

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"Não vejo razão de o Brasil ter dois bancos. Respeitando as duas instituições, podemos avaliar a hipótese de uma fusão sem gerar desemprego, formando um banco de altíssima qualidade, capacitada a atuar desde os programas de financiamento rural e casa própria até os de empréstimo e financiamento ao empreendedorismo", disse Doria, na ocasião.

Em resposta, o Sindicato que representa os bancários ressaltou, em nota, que a privatização dos bancos públicos não será a ponte para o Brasil sair da crise.

"Pelo contrário. Irá aprofundar a recessão na medida em que enfraquece o mercado interno e a infraestrutura social e econômica que nos fizeram avançar na última década", rebateu a entidade.

O sindicato defende ainda a urgência na criação de alternativas para a saída da crise e que passem pela retomada da expansão do crédito para setores prioritários como moradia popular e agricultura familiar.

De acordo com a entidade, os bancos públicos são "exemplo" para a iniciativa privada além de responderem por políticas anticíclicas em momentos de crise.

Para o sindicato, estratégias de governo comprometidas com a população precisam priorizar a atuação dos bancos públicos no financiamento da indústria nacional, aquisição da casa própria, agricultura familiar e infraestrutura.

A entidade destaca também o aumento da participação das instituições financeiras oficiais no crédito total, de 36% para 56% de 2008 para 2016, enquanto a dos bancos privados passou de 64% para 44% no mesmo período.

"Defender os bancos públicos significa, portanto, defender um País melhor, mais desenvolvido, menos desigual, mais justo e mais fortalecido", conclui o Sindicato.

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