Simone Tebet, Renan Calheiros e o futuro do MDB
Com disputa interna pelo posto, partido se reúne hoje para definir candidato à presidência do Senado
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 06h32.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2019 às 12h55.
Tradicionalmente maior partido do Congresso Nacional , o MDB foi também a legenda que mais sofreu com a renovação do Senado nas últimas eleições. Na Câmara, passou de 66 para 34 deputados. No Senado, de 19 para 12. Entre os não reeleitos está o atual presidente da Casa, Eunício Oliveira. A disputa por sua sucessão é tema de divisões no partido.
Nesta terça-feira, 29, a cúpula do MDB deve se reunir para discutir quem será o novo candidato do partido à presidência do Senado. Até agora, entre os postulantes que já se dão como pré-candidatos, estão um rosto novo, Simone Tebet, senadora por Mato Grosso do Sul, e um veteraníssimo, Renan Calheiros, ex-presidente do Senado reeleito como Senador pelo Estado de Alagoas.
O ponto-chave na existência de dois candidatos do mesmo partido disputando um mesmo cargo é que, mais cedo ou mais tarde, a legenda terá que apoiar somente um deles. Ao que tudo indica, essa deliberação por parte do MDB deve sair hoje, três dias antes das eleições para o Senado, que ocorrerão nesta sexta-feira, primeiro de fevereiro.
O MDB ocupa a presidência do Senado há cerca de dez anos e tem em Renan um porto seguro para manter o curso do partido. O problema, para os apoiadores de Simone, é que a população rejeitou nas urnas a política tradicional, e apostar em Renan é um caminho para a derrota. Nos últimos tempos ela vem levantando com afinco a bandeira pela renovação do partido. “Tínhamos 18 senadores, agora seremos 12, tivemos uma diminuição da bancada de deputados federais. Então, ou o MDB se renova, volta às suas origens, volta a ser um partido de programas, de ideias, sintonizado com a vontade da população, ou acabará sucumbindo”, declarou a Senadora ao jornal Correio do Estado.
Simone já declarou que, caso não receba apoio de seu partido, pode levar adiante uma candidatura independente. “Se for uma disputa acirrada na bancada e eu tiver o apoio de outros partidos, posso, sim, avaliar a minha candidatura avulsa”, disse a Senadora que, caso eleita, será a primeira mulher a comandar o Senado brasileiro.
Para ser eleito presidente da casa e comandá-la pelos próximos dois anos, é preciso ter pelo menos 41 dos 81 votos. Se não houver maioria absoluta, acontece um segundo turno entre os dois mais votados. Para além do MDB, a disputa pode ter até 8 candidatos, a mais embolada desde a redemocratização.