Shopping Vila Olímpia, em São Paulo (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de dezembro de 2010 às 14h45.
A indústria de shopping centers está preparada para repetir em 2011 o "boom" de vendas e lançamentos de empreendimentos registrado na década de 1980, prevê o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sayon. Não há crise à vista.
O setor, que deve inaugurar no próximo ano 40 centros comerciais, número que representa o dobro da média de lançamentos nos últimos cinco anos, almeja superar a marca dos R$ 110 bilhões de faturamento anual. Em 2010, as vendas dos shopping centers quase bateram a marca dos R$ 100 bilhões ao registrar faturamento de R$ 99,3 bilhões, cifra que correspondeu a 16% de todo o varejo nacional.
"Para os próximos dois anos e meio, 124 novos shoppings serão construídos", disse Sayon, que citou, como exemplo, reunião que teve na semana passada com a prefeita de Cruzeiro, no interior de São Paulo, Ana Karin Dias de Almeida, um dos vários prefeitos que estão reunindo forças para construir shoppings em seu municípios como forma de estancar a perda de receitas para cidades vizinhas que têm centros comerciais. Até Garanhuns, no interior de Pernambuco, cidade natal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, receberá um shopping center.
De acordo com Sayon, a indústria de shoppings está capitalizada, com dinheiro em caixa para investir porque o setor, através das várias ofertas iniciais públicas de ações (IPO, na sigla em inglês), levantou algo em torno de R$ 5 bilhões no mercado de capitais e está investindo estes recursos na aquisição de terrenos, reformas e ampliação de unidades já consolidadas. "Teremos um novo boom nas lojas de shopping center", reiterou o presidente da Alshop. Passam mensalmente pelos 744 shopping centers existentes no País 447 milhões de pessoas.
Com o crescimento de 13% das vendas neste ano, o setor registrou o melhor Natal dos últimos 10 anos, de acordo com Nabil Sayon. "Isso é fruto das medidas macroeconômicas e anticrise adotadas pelo governo brasileiro. O Brasil é hoje o segundo ou terceiro país que mais gerou empregos nos últimos anos", destacou o presidente da Alshop. E a tendência é continuar a melhorar o mercado de trabalho neste segmento. Por conta dos novos empreendimentos previstos para o ano que vem, o empresário ampliou de 25% para 35% a média de efetivação dos temporários contratados para o fim de ano. Neste Natal foram contratados 130 mil temporários. Deste total, 35% deverão ganhar registro na carteira de trabalho.