Brasil

Servidores do Itamaraty aprovam greve por atraso de auxílio

Os oficiais e assistentes de chancelaria, além de diplomatas, deram um prazo de até 6 de maio para que o pagamento de auxílio-moradia seja regularizado


	Mauro Vieira: o ministro Mauro Vieira e o secretário-geral, Sérgio Danese, vêm tentando resolver os problemas de caixa do Itamaraty
 (Saul Loeb/AFP)

Mauro Vieira: o ministro Mauro Vieira e o secretário-geral, Sérgio Danese, vêm tentando resolver os problemas de caixa do Itamaraty (Saul Loeb/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2015 às 14h14.

Brasília - Os servidores do Itamaraty aprovaram em assembleia uma nova greve da categoria, dessa vez pelo pagamento do auxílio-moradia no exterior, que está novamente atrasado.

Os oficiais e assistentes de chancelaria, além de diplomatas, deram um prazo de até 6 de maio para que o pagamento seja regularizado antes de adotar a greve.

O governo federal deixou de pagar as parcelas do auxílio-moradia para os servidores do exterior desde fevereiro. O atraso é recorrente.

No segundo semestre do ano passado, os funcionários do chamado serviço exterior - que inclui diplomatas, assistentes e oficiais de chancelaria - ficaram também três meses sem receber depois que o orçamento do Itamaraty para o ano acabou.

Uma suplementação orçamentária havia sido autorizada pelo Congresso em outubro, mas a presidente Dilma Rousseff só assinou a liberação em novembro.

Desta vez, a falta de pagamento é devido ao atraso na aprovação do orçamento, que ocorreu há apenas duas semanas.

Até ali, os ministérios estavam recebendo apenas 1/18 dos recursos para o ano, em vez dos tradicionais 1/12 autorizados normalmente, o que fez com que o Ministério das Relações Exteriores começasse a atrasar suas contas.

Uma liberação extra, de R$ 39 milhões, foi feita em fevereiro, mas os recursos não chegaram para o auxílio-moradia.

O atraso atinge cerca de 2 mil servidores em 227 postos em todo o mundo, já que a suplementação é paga a todos os funcionários que são deslocados do Brasil para o serviço no exterior.

Em alguns casos, o pagamento do aluguel chega a representar 70% do salário, especialmente em cidades muito caras, como Luanda, em Angola, ou Londres.

Desde que assumiram o ministério, o ministro Mauro Vieira e o secretário-geral, Sérgio Danese, vêm tentando resolver os problemas de caixa do Itamaraty em diversas reuniões com os ministérios da Fazenda e do Planejamento.

Consultado sobre o novo atraso, o Itamaraty respondeu que "a Administração está envidando todos os esforços para regularizar os pagamentos da residência funcional no prazo mais curto possível". Mas ainda não há previsão.

Em resposta a uma consulta da reportagem, o Sinditamaraty confirmou por e-mail o atraso e a falta de perspectiva.

"O contingenciamento do orçamento do Itamaraty pela PR (Presidência) e pelo MPOG (Ministério do Planejamento) é a explicação oficial pelos crônicos e cada vez maiores atrasos no pagamento da indenização devida aos funcionários em missão permanente no exterior. Infelizmente, não existe perspectiva concreta para a regularização da situação", diz o texto.

Nesta segunda-feira, 13, o sindicato apresentou o resultado de uma assembleia feita eletronicamente.

Pouco menos de 400 servidores responderam e quase 90% optaram pela greve se a situação não for regularizada até o dia 6 de maio, quando deveria ser paga mais uma parcela do auxílio-moradia. O resultado da assembleia será levado ao ministro.

Acompanhe tudo sobre:DiplomaciaGrevesItamaratyMinistério das Relações Exteriores

Mais de Brasil

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória

Lula edita MP que prevê pagamento de R$ 60 mil a pessoas com deficiência causada pelo zika vírus