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Serra, ex-exilado no Chile, repudia declaração de Bolsonaro sobre Bachelet

"O presidente deu uma declaração que agride os direitos humanos e o povo chileno", disse Serra, em nota

JOSÉ SERRA: ex-chanceler, criticou postura de Bolsonaro (FotoArena/Getty Images)

JOSÉ SERRA: ex-chanceler, criticou postura de Bolsonaro (FotoArena/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 18h56.

Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 19h01.

O ex-chanceler José Serra — que foi para o exílio no Chile durante a ditadura militar brasileira e chegou a ser preso lá depois que Augusto Pinochet tomou o poder - repudiou nesta quarta-feira, 4, as afirmações do presidente Jair Bolsonaro em que ele ataca o pai da ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

"O presidente deu uma declaração que agride os direitos humanos e o povo chileno, e merece todo nosso repúdio", escreveu, em nota enviada à reportagem.

"Elogiou o covarde assassinato do general Bachelet, pai da ex-presidente do Chile Michele Bachelet, na época da ditadura militar chefiada pelo abominável general Augusto Pinochet", concluiu.

Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira em suas redes sociais que o golpe de Pinochet "deu um basta à esquerda" no país. "Entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época", se referindo a Alberto Bachelet, que foi torturado e morto pela ditadura.

Ele escreveu ainda que a ex-presidente chilena "investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares".

Michelle, que hoje é alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos, havia dado uma entrevista coletiva em Genebra na qual disse que houve uma "redução do espaço democrático" no Brasil. Na ocasião ela citou a aumento da violência policial no País.

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