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Serra diz apoiaria Aécio para a presidência do PSDB

"Se (o Aécio) for o candidato do PSDB, claro que eu apoiarei", disse Serra


	José Serra (PSDB): "na política, você não pode carregar paixões de passado para um momento presente. Você tem que se desfazer delas, até porque você precisa de energia para somar para o futuro", afirmou.
 (Paulo Whitaker/Reuters)

José Serra (PSDB): "na política, você não pode carregar paixões de passado para um momento presente. Você tem que se desfazer delas, até porque você precisa de energia para somar para o futuro", afirmou. (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2013 às 18h42.

Brasília - O ex-governador de São Paulo José Serra afirmou nesta sexta-feira que vai apoiar o nome de Aécio Neves se o senador mineiro for mesmo candidato a presidente do PSDB. A eleição para dirigente do partido ocorrerá em maio e Aécio quer usar o cargo para ganhar visibilidade com vistas à eleição presidencial de 2014. "Se (o Aécio) for o candidato do PSDB, claro que eu apoiarei", disse Serra, na saída do seminário do PPS "A Esquerda Democrática Pensa o Brasil", realizado na Câmara dos Deputados.

Estrela do encontro desta sexta-feira, um dia após Aécio ter inaugurado o evento, Serra disse, no discurso de 44 minutos, que é preciso deixar a paixão para trás. Questionado depois se isso significaria sair do PSDB, o tucano negou que estivesse falando de política e sim sobre o plano pessoal. "Na política, você não pode carregar paixões de passado para um momento presente. Você tem que se desfazer delas, até porque você precisa de energia para somar para o futuro", afirmou.

O ex-governador exaltou sua afinidade com o PPS, cujo presidente do partido, deputado Roberto Freire (SP), já lhe fez um convite para se filiar. "O PPS é uma das forças muito importantes no Brasil para esse agrupamento, para dar um novo destino ao nosso País que hoje é vítima de um partido que capturou o Estado, que não trabalha pela reconstrução do País, nem para o desenvolvimento, mas para a perpetuação no poder", disse.

Questionado se estaria perdendo espaço político no PSDB, Serra desconversou. No discurso, ele disse que é necessário unir as forças políticas de oposição ao governo. Na saída, contudo, ele disse que não se referiu a concorrer novamente ao Palácio do Planalto.

"Não disse isso. Eu disse que estou à disposição ao trabalho de união, acho que tenho credencial para isso. Como eu mesmo disse, pode ser através de várias candidaturas, ou de uma só. Mas isso não quer dizer que eu esteja me colocando", afirmou. Ele não respondeu se a candidatura presidencial de Aécio é boa, mas destacou que sua relação com ele está "zerada", numa indicação de que teria superado qualquer divergência.

Ditadura e Guinness

Em um duro discurso contra os 10 anos do governo do PT no plano federal, Serra chegou a compará-lo à herança deixada com o fim da ditadura militar. "Eu tenho uma tese de que a herança do atual governo do PT, Dilma, que recebeu uma herança já muito ruim do governo Lula-Dilma, a herança próxima é do padrão da herança que deixada pela ditadura do (João) Figueiredo para o Tancredo-José Sarney, do padrão da herança deixada pelo Collor para o Itamar, é desse nível a herança. Vai ser uma das heranças mais adversas que o Brasil já conheceu", afirmou.


O ex-governador fez uma ironia com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem deveria ganhar o Guinness por três razões. A primeira, segundo ele, é por ter conseguido com "muito talento" e "muita genialidade" quebrar a Petrobras. Depois, por estagnar a economia mesmo após a bonança na economia internacional. Por último, ter sido o único presidente de origem operária a levar o País a um processo de desindustrialização.

"Eu cito o Lula porque, de fato, o que tem aí é um modelo lulista porque a Dilma é, de fato, coadjuvante e, de certa forma, continua sendo", criticou. Ele disse ainda que o grupo que está instalado no poder "não aceita" a independência dos poderes, a imprensa livre nem a hipótese da alternância de poderes.

O tucano disse que, no cenário político atual, "não há razão alguma para qualquer tipo de derrotismo" na próxima eleição. Ele lembrou que na eleição passada teve 44% dos votos no segundo turno contra Dilma Rousseff, numa conjuntura econômica mais favorável que a de hoje. "Isso mostra que, no ano que vem, nós podemos ganhar, porque as circunstâncias vão ser de outra natureza", afirmou.

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