Brasil

Serra critica condução da economia por Lula e Dilma

O ex-governador de São Paulo criticou ainda o atual patamar da taxa de juros e a alta carga tributária que, segundo ele, castigam os investimentos na economia nacional

Apoio ao nome de Serra surge no momento em que a posição do PSDB na próxima eleição permanece indefinida (Gilberto Marques/Governo de SP)

Apoio ao nome de Serra surge no momento em que a posição do PSDB na próxima eleição permanece indefinida (Gilberto Marques/Governo de SP)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h07.

São Paulo - Em aparição pública na manhã de hoje, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) fez duras críticas à condução da economia brasileira pelo governo da presidente Dilma Rousseff e de seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT. Em palestra, durante o VII Congresso Paulista de Jovens Empreendedores, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o tucano minimizou o Programa Brasil Maior, uma das principais vitrines do primeiro ano de administração Dilma Rousseff, e avaliou como "o erro mais espetacular de política econômica da história brasileira", o fato do governo federal não ter reduzido a taxa básica de juros durante a última crise financeira mundial, deflagrada em setembro de 2008 com a quebra do banco Lehman Brothers.

"A crise econômica é muito feia, mas o Brasil, em crises passadas, soube aproveitar as oportunidades", avaliou. "Mas houve uma crise que foi desaproveitada, a de 2008 e 2009, porque o Brasil foi o único país do mundo que não baixou os juros", acrescentou. Na avaliação de Serra, que disputou as eleições presidenciais do ano passado com Dilma Rousseff, o governo federal lançou o Programa Brasil Maior com boa intenção, mas com "boa parte das coisas erradas, porque não conhece direito quais são as questões da indústria." O tucano ressaltou ainda, em um contraponto aos discursos do ex-presidente Lula, que o Brasil é ainda, no contexto da economia mundial, um país pequeno. "Nós não temos mais do que 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e temos uma participação no comércio mundial em torno de 2%", considerou. "Nós temos ainda, no que se refere às questões econômicas e sociais, muito o que avançar".

O ex-governador de São Paulo criticou ainda o atual patamar da taxa de juros e a alta carga tributária que, segundo ele, castigam os investimentos na economia nacional. "Isso só piorou nos últimos anos com o PIS/COFINS, que aumentou sobre a energia elétrica a partir de 2002 e 2003", afirmou, referindo-se ao início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


A munição do ex-governador de São Paulo sobrou ainda para a Petrobrás. Segundo ele, a estatal não tem um plano correto de desenvolvimento da atividade privada para o fornecimento de equipamentos e insumos para a exploração de petróleo da camada do pré-sal. O ex-governador avaliou também que não há uma proposta séria para vincular os royalties aos investimentos. E fez um alerta. "Nós não podemos perder o bônus oriundo da exploração do petróleo", ressaltou.

Serra considerou ainda que a economia brasileira vem passando por um processo de desindustrialização nas últimas duas décadas, com a redução da participação da indústria na criação de empregos. "O Brasil está regredindo e não pode regredir ao papel de país primário exportador", afirmou. O ex-governador tucano disse, porém, que o atual cenário do mercado nacional não inspira desânimo e avaliou que a economia brasileira apresenta três vantagens para seu desenvolvimento: a exploração do petróleo, o crescimento populacional e a produção de matéria prima e alimentos. Ele ponderou, contudo, que há entraves para o crescimento, como o baixo investimento nacional. Após a palestra, o ex-governador não falou com a imprensa.

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