José Serra (PSDB): “Sou a favor do impeachment sem nenhuma alegria, nenhuma comemoração". (Agência Senado/Beto Barata)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2016 às 06h31.
Cotado para assumir o Ministério das Relações Exteriores no eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB), o senador José Serra (PSDB-SP) disse hoje (12) que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff se impõe como um “remédio amargo”, mas essencial.
O tucano ressaltou a legalidade do impeachment e afirmou que o afastamento de Dilma é resultado da “insensatez” da própria presidenta e do PT.
“Sou a favor do impeachment sem nenhuma alegria, nenhuma comemoração. O impedimento é um processo arrastado, penoso, causa constrangimentos pessoais, produz até alianças estranhas, representa uma quase tragédia para o país. Deveríamos, de toda maneira, buscar evitá-lo, se pudéssemos e se fossem outras as circunstâncias. Agora, esse impedimento se impõe como um remédio amargo, mas essencial”, discursou Serra.
Para o tucano, além das razões citadas na denúncia que motivou a abertura de processo de crime de responsabilidade, a baixa popularidade de Dilma e os maus resultados da economia tornam o impeachment a melhor e única saída para o país.
“A continuidade do governo Dilma seria um tragédia maior. Duvido que alguém nesse plenário ache que chegaríamos a 2018 sem que a situação se deteriorasse de maneira insuportável.”
Em seu discurso, Serra lembrou o “derretimento” da produção, do emprego, das condições sociais de vida da população, da moral do mundo político, a exacerbação dos conflitos dentro e fora da política e o risco de um colapso do Estado Democrático de Direito como razões para o afastamento.
“Existem indícios de crimes de responsabilidade. e eles não deixam outra saída senão o afastamento. E a presidenta não está sendo derrubada por seus adversários, por cartórios organizados, por grupo de conspiração. Ela está sendo destituída pela marcha da insensatez que ela própria e o seu partido deflagram a partir do seu primeiro mandato.”
O tucano ainda acusou Dilma e o PT de praticar “estelionato eleitoral” e de não cumprir o programa apresentado durante a eleição presidencial de 2014.