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Serra chega à Argentina em meio a protestos

Serra será recebido mais tarde pelo presidente do país, Mauricio Macri, mas não foram fornecidos outros detalhes destas reuniões

Protesto contra Serra: "Fora Temer, fora Serra", gritaram em português uma centena de manifestantes nos arredores da chancelaria em Buenos Aires (Enrique Marcarian / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2016 às 14h25.

O novo ministro das Relações Exteriores, José Serra , reuniu-se nesta segunda-feira com a colega argentina , Susana Malcorra, em meio aos protestos de uma centena de pessoas, que gritavam "golpista!", em um primeiro encontro oficial, que simboliza a sintonia buscada pelos dois governos.

Serra será recebido mais tarde pelo presidente do país, Mauricio Macri, mas não foram fornecidos outros detalhes destas reuniões, cujas agendas não foram divulgadas à imprensa.

"Fora Temer, fora Serra", gritaram em português uma centena de manifestantes nos arredores da chancelaria em Buenos Aires.

Malcorra surpreendeu os presentes ao receber Serra do lado de fora do Palácio San Martin, onde atrás das grades da propriedade e em meio a grande uma mobilização policial foi possível ver os dois chanceleres se cumprimentando.

Com cartazes que mostravam a foto de Serra com a legenda "Procurado - Golpista", os manifestantes esperaram o ministro brasileiro desde cedo.

No protesto estavam presentes vários brasileiros que vivem na Argentina e militantes de grupos de esquerda do país anfitrião.

Serra é uma das figuras de destaque do novo governo do ex-vice-presidente e atual presidente interino Michel Temer, que permanecerá no poder enquanto o Senado julga a agora presidente afastada Dilma Rousseff por suposta manipulação das contas públicas.

Durante o desenrolar da crise brasileira, a Argentina expressou confiança na solidez da democracia do Brasil, seu principal sócio comercial na região, e em meio a uma postura sobretudo cautelosa considerou que a mudança poderia ser uma oportunidade para refundar o Mercosul.

A reação do governo de centro-direita do presidente Mauricio Macri diante da crise brasileira lhe valeu críticas dos opositores de esquerda, que enxergaram nas declarações oficiais o que consideram "um reconhecimento do golpe institucional" contra Dilma.

Serra anunciou na quarta-feira passada uma mudança de rumo na política externa, que priorizará os interesses econômicos do país e não estará ancorada em afinidades ideológicas ou partidárias.

Serra, duas vezes candidato à presidência, inaugurou a nova fase da diplomacia do Brasil com um discurso crítico à gestão de Dilma Rousseff.

"A diplomacia voltará a refletir de modo transparente e intransigente os legítimos valores da sociedade brasileira e os interesses de sua economia, a serviço do Brasil como um todo e não mais das conveniências e preferências ideológicas de um partido político e de seus aliados no exterior", disse Serra.

"Tenho e terei, como sempre em minha vida pública, os olhos voltados para o futuro e não para os desacertos do passado", afirmou.

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O novo ministro das Relações Exteriores, José Serra , reuniu-se nesta segunda-feira com a colega argentina , Susana Malcorra, em meio aos protestos de uma centena de pessoas, que gritavam "golpista!", em um primeiro encontro oficial, que simboliza a sintonia buscada pelos dois governos.

Serra será recebido mais tarde pelo presidente do país, Mauricio Macri, mas não foram fornecidos outros detalhes destas reuniões, cujas agendas não foram divulgadas à imprensa.

"Fora Temer, fora Serra", gritaram em português uma centena de manifestantes nos arredores da chancelaria em Buenos Aires.

Malcorra surpreendeu os presentes ao receber Serra do lado de fora do Palácio San Martin, onde atrás das grades da propriedade e em meio a grande uma mobilização policial foi possível ver os dois chanceleres se cumprimentando.

Com cartazes que mostravam a foto de Serra com a legenda "Procurado - Golpista", os manifestantes esperaram o ministro brasileiro desde cedo.

No protesto estavam presentes vários brasileiros que vivem na Argentina e militantes de grupos de esquerda do país anfitrião.

Serra é uma das figuras de destaque do novo governo do ex-vice-presidente e atual presidente interino Michel Temer, que permanecerá no poder enquanto o Senado julga a agora presidente afastada Dilma Rousseff por suposta manipulação das contas públicas.

Durante o desenrolar da crise brasileira, a Argentina expressou confiança na solidez da democracia do Brasil, seu principal sócio comercial na região, e em meio a uma postura sobretudo cautelosa considerou que a mudança poderia ser uma oportunidade para refundar o Mercosul.

A reação do governo de centro-direita do presidente Mauricio Macri diante da crise brasileira lhe valeu críticas dos opositores de esquerda, que enxergaram nas declarações oficiais o que consideram "um reconhecimento do golpe institucional" contra Dilma.

Serra anunciou na quarta-feira passada uma mudança de rumo na política externa, que priorizará os interesses econômicos do país e não estará ancorada em afinidades ideológicas ou partidárias.

Serra, duas vezes candidato à presidência, inaugurou a nova fase da diplomacia do Brasil com um discurso crítico à gestão de Dilma Rousseff.

"A diplomacia voltará a refletir de modo transparente e intransigente os legítimos valores da sociedade brasileira e os interesses de sua economia, a serviço do Brasil como um todo e não mais das conveniências e preferências ideológicas de um partido político e de seus aliados no exterior", disse Serra.

"Tenho e terei, como sempre em minha vida pública, os olhos voltados para o futuro e não para os desacertos do passado", afirmou.

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