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Senadores param votações após decreto das Forças Armadas

Parlamentares da oposição e da base começaram a se manifestar contra a decisão do presidente de autorizar a atuação das Forças Armadas contra o protesto

Exército: senadores da base também demonstraram perplexidade com o decreto (Valter Campanato/Agência Brasil/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de maio de 2017 às 20h03.

Brasília - O decreto do presidente Michel Temer que autoriza a atuação das Forças Armadas contra protesto em Brasília colocou por terra as tentativas do presidente do Senado , Eunício Oliveira (PMDB-CE), de dar normalidade e continuidade às votações no plenário.

Senadores da oposição e da base começaram a se manifestar contra a decisão do presidente.

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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) leu o decreto de Michel Temer em plenário, o que incitou as manifestações.

"Isso aqui abre um precedente grave no país. Estamos caminhando para o imponderável neste país e podemos estar caminhando para um regime de exceção, que é gravíssimo para a nossa democracia", afirmou a senadora.

Ela contou com apoio de senadores da base, que também demonstraram perplexidade com o decreto.

Quando Eunício tentou dar sequência às votações, afirmando que não havia sido ele quem pediu a atuação das forças armadas, o senador Telmário Mota (PTB-RR) afirmou que ele estava ignorando a situação de calamidade que se formava lá fora, à frente do Congresso Nacional.

"O senhor é o presidente do Congresso, o senhor está tocando a ordem do dia do Senado e esquecendo que o exército brasileiro está nas ruas para conter manifestantes contra as reformas. O senhor está ficando de costas para um problema gravíssimo que está acontecendo. O senhor deveria ligar ao presidente para saber qual a dimensão disso", argumentou Telmário.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) usou a Constituição para afirmar que o presidente não poderia convocar as Forças Armadas nessas condições.

"A atuação das forças armadas para garantia da lei e da ordem ocorrerá após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública. A única ameaça às instituições nesse momento é a permanência de Michel Temer na presidência da República. O que o presidente fez foi, na prática, utilizar o estado de defesa", criticou.

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