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Senador mostra vídeo de governadores defendendo cloroquina e é repreendido

Governista levou à CPI da Covid imagens do início da pandemia, entre março e abril de 2020, para argumentar que críticos a Bolsonaro recomendaram "tratamento precoce"

Snador Marcos Rogério (DEM-RO) exibe vídeo de governadores defendendo uso da hidroxicloroquina no início da pandemia (Jefferson Rudy/Agência Senado)
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Alessandra Azevedo

Publicado em 20 de maio de 2021 às 11h48.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 12h24.

Durante o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI da Covid , nesta quinta-feira, 20, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou vídeo antigo em que governadores defendem o uso da cloroquina para tratamento da covid-19 . A intenção do parlamentar, da tropa de choque do presidente Jair Bolsonaro , era argumentar que os estados também recomendavam o “tratamento precoce” defendido pelo Planalto.

Segundo Marcos Rogério, ficou claro que a intenção do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), ao longo dos trabalhos do colegiado, é “enquadrar o presidente Bolsonaro e proteger os governadores, que distribuíram [a cloroquina]". O vídeo mostra governadores críticos ao governo federal falando sobre uso do medicamento, no início da pandemia.

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Marcos Rogério disse que mostrou as imagens para "escancarar a falta de bom senso e até de vergonha daqueles que tentam criminalizar o presidente quando os seus mesmos governadores fizeram a mesma coisa”. Aparecem, entre outros, os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB); do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); e do Piauí, Wellington Dias (PT).

“Não estou dizendo que cometeram crimes. Não. Estavam tentando salvar vidas, com os meios disponíveis. Aliás, quanto a isso não faltam provas. Vejam quem indicou ao ministro da Saúde que adotasse o protocolo hidroxicloroquina e veja quem distribuiu”, disse o senador governista, antes de mostrar o vídeo.

O assunto gerou discussão. A senadora maranhense Eliziane Gama (Cidadania) afirmou que o vídeo que o senador apresentou é de abril de 2020, início da pandemia. “Naquele tempo, o mundo inteiro estava com olhar voltado para a cloroquina, mas a ciência evoluiu. Todas as pessoas viram que não tinha eficiência. Lá atrás, a gente dizia que a Terra era plana”, disse.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), também ressaltou que os protocolos mudaram desde o início da pandemia. "Uma coisa que evolui com uma rapidez muito grande é a ciência. Isso aí foi em março de 2020. Em março de 2020, se eu tivesse contraído covid eu também tomaria cloroquina”, disse Aziz. Devido à discussão que se seguiu, o presidente decidiu suspender a sessão por dez minutos.

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