Brasil

Senador acusa Dilma de descuidar da defesa do país

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço, disse que o governo foi negligente ao adiar uma licitação para a compra de 36 caças


	Senador Ricardo Ferraço: "Enquanto não são tomadas decisões, os problemas do país aumentam e o narcotráfico estende suas redes, sobretudo na fronteira com a Bolívia", declarou
 (Wilson Dias/ABr)

Senador Ricardo Ferraço: "Enquanto não são tomadas decisões, os problemas do país aumentam e o narcotráfico estende suas redes, sobretudo na fronteira com a Bolívia", declarou (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 13h56.

Brasília - O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço, disse nesta quinta-feira que o governo foi negligente com a defesa do país ao adiar uma licitação para a compra de 36 caças, na qual participam empresas dos Estados Unidos, França e Suécia.

"O governo foi indolente e lerdo neste processo", declarou o senador para correspondentes estrangeiros, mas disse que ainda acredita que a licitação "possa" ser concluída antes do fim do ano.

O processo para a compra dos 36 caças começou em 1995, mas foi postergado em sucessivas ocasiões (em 1998, 2003, 2010 e 2011), sempre devido a problemas orçamentários.

Segundo Ferraço, "faz 18 anos que os governos brasileiros não se decidem" sobre um projeto de modernização que a Força Aérea "propôs de uma forma preventiva e programada".

Também sustentou que, ao mesmo tempo em que o Brasil "posterga várias vezes" a aquisição dos caças, outros países sul-americanos, como Venezuela e Chile, renovaram e "fortaleceram" suas forças aéreas.

Além disso, declarou que "enquanto não são tomadas decisões, os problemas do país aumentam" e o narcotráfico estende suas redes, sobretudo "na fronteira com a Bolívia". O senador garantiu que "50% da droga" consumida no Brasil entra pela fronteira boliviana.

Ferraço afirmou que a compra dos caças é um "projeto de Estado" que chegou "ao limite do limite", pois a própria Força Aérea informou que os 12 aviões Mirage 2000 que o país possui só poderão operar até dezembro, quando serão substituídos por aeronaves F-5, também antigas e que estão no final de sua vida útil.

O senador citou o comandante da Força Aérea, Juniti Saito, que disse em um recente comparecimento à Comissão de Relações Exteriores que a licitação poderia ser concluída no final deste ano.


"Esperemos que seja assim", pois de outro modo o Brasil ficará em "uma situação de vulnerabilidade", disse o senador do PMDB.

Para a última fase do processo foram selecionados os caças Rafale da empresa francesa Dassault, os FA-118 Super Hornet da americana Boeing e os Gripen NG da sueca Saab.

Ferraço disse que na próxima semana vai fazer uma visita à Suécia, convidado pelo governo desse país, e que aproveitará para conhecer "mais detalhes" do projeto apresentado pela Saab.

Também deve visitar a França para se reunir com representantes da empresa Dassault, mas esclareceu que isso ainda não foi confirmado, assim como uma visita às instalações da Boeing nos Estados Unidos.

Ferraço admitiu que a compra dos aviões de combate é uma "prerrogativa" do Poder Executivo, mas assegurou que a Comissão de Relações Exteriores do Senado tem o "dever" de "analisar" e "fiscalizar" essa operação, cujo valor é estimado em R$ 15 bilhões (cerca de US$ 6,5 bilhões). 

Acompanhe tudo sobre:Ministério da DefesaPolítica no Brasilseguranca-digitalSenado

Mais de Brasil

Rio usa drone para monitorar Réveillon, identificar foragidos e flagrar crimes na cidade

Queda no desemprego em 2024 é consistente, diz coordenadora do IBGE

Processo de extradição de Oswaldo Eustáquio avança na Espanha

Rodovias concedidas em São Paulo devem receber 3,8 milhões de veículos