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Senado instala CPI do HSBC

Além de investigar quantos correntistas brasileiros do banco cometeram crime de evasão fiscal, a Comissão busca entender as falhas no sistema tributário do país


	Para o relator, além da sonegação de impostos, são várias as possibilidades de crimes associados aos depósitos milionários em contas numeradas na Suíça
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Para o relator, além da sonegação de impostos, são várias as possibilidades de crimes associados aos depósitos milionários em contas numeradas na Suíça (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 13h38.

Brasília - Os senadores Paulo Rocha (PT-PA) e Randolfe Rodrigues (Psol- AP) serão, respectivamente, presidente e vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC no Senado. Eles foram eleitos, por aclamação, na manhã desta terça-feira (23). O relator da Comissão será o senador Ricardo Ferraço, (PMDB-ES).

Com 11 membros e prazo de 180 dias para concluir os trabalhos, a comissão terá objetivo de investigar quantos correntistas brasileiros do banco, dentre os mais de 8 mil, cometeram crime de evasão fiscal.

“Mais do que ser uma caça às bruxas ela [a CPI] deve primeiramente, identificar qual são as falhas desse sistema tributário brasileiro que possibilita uma provável evasão fiscal desse tamanho”, disse Randolfe.

O senador que também é autor do pedido de criação da CPI adiantou que vai protocolar ainda hoje na secretaria da comissão vários requerimentos para ouvir autoridades da Receita Federal,  do Ministério Público e de jornalistas.

Para o relator, senador Ricardo Ferraço, além da sonegação de impostos, são várias as possibilidades de crimes associados aos depósitos milionários de brasileiros em contas numeradas na Suíça que somam, aproximadamente US$ 7 bilhões, segundo as primeiras estimativas do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.

“A lavagem de dinheiro pode estar ligada a episódios de corrupção, como os apurados na Operação Lavo Jato, da Polícia Federal, envolvendo contratos com a Petrobras. Essa é uma das hipóteses. Isso só já mostra a importância do trabalho desta Comissão Parlamentar de Inquérito, em parceria necessária, evidentemente, com a Receita Federal, Ministério da Fazenda, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras e, eventualmente, até com alguns outros organismos internacionais, que poderão nos ajudar na elucidação desses fatos”, destacou Ferraço.

O presidente do colegiado, senador Paulo Rocha disse que vai presidir a Comissão com equilíbrio e responsabilidade. O senador foi um dos investigados pela Ação Penal 470, conhecida como mensalão do PT, quando era deputado federal, e foi absolvido por lavagem de dinheiro pelo Supremo Tribunal Federal. Por isso, Rocha disse que terá muito cuidado na condução dos trabalhos.

“É um processo para a classe política muito tentador, mas tem consequências graves para as pessoas envolvidas. Digo isso porque desde 2005 vivi e senti isso na pele. Passei por um processo de investigação e de julgamento muito forte que teve consequência na minha carreira política e na minha vida pessoal, dado essa coisa do julgamento espetacular, sem direito de ampla defesa de cada um”, disse o presidente da CPI.

Na próxima quinta-feira (25) a comissão volta a se reunir às 8h30 para discutir um plano de trabalho.

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