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Senado forma bloco contra “radicalismo” em governo Bolsonaro

Grupo pode ser um empecilho para a aprovação de medidas tidas como essenciais para a retomada econômica, como a reforma da Previdência

Jair Bolsonaro: oposição já se organiza para se estabelecer diante do novo governo (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro: oposição já se organiza para se estabelecer diante do novo governo (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 06h25.

Última atualização em 14 de dezembro de 2018 às 07h07.

A sexta-feira será de renovadas negociações não só do presidente eleito, Jair Bolsonaro, mas também de um crescente grupo de parlamentares que buscam marcar posição em seu governo.

Enquanto o presidente eleito tem se reunido com líderes das bancadas, senadores estão formando um bloco “contra o radicalismo”, segundo Izalci Lucas, senador eleito (PSDB-DF), em entrevista ao blog O Antagonista. O objetivo é reunir parlamentares “acima do partido e dos interesses partidários para colocar ordem na casa, mas com bom senso”, afirmou. “Tem que ter bom senso. A gente sabe que vai vir muita coisa aí a partir de 2019 e tem que ter bom senso, porque o Brasil não aguenta muito radicalismo”, acrescentou.

Esse bloco pode ser um empecilho para a aprovação de medidas tidas como essenciais para a retomada econômica, como a reforma da Previdência. Mas não apenas. Os partidos também têm se mostrado arredios em embarcar de imediato no novo governo, o que pode tornar as negociações mais longas. É o caso do PSDB, de Izalci Lucas. Na quarta-feira, 12, governador eleito de São Paulo, João Dória, disse que prefere o PSDB fora da base aliada do Bolsonaro no Congresso, apesar de, no segundo turno das eleições presidenciais, ele ter apoiado abertamente Bolsonaro.

“Eu defendo que o PSDB tenha uma posição a favor de todos os projetos do governo Bolsonaro que representem geração de emprego, geração de renda e melhoria da qualidade de vida da população”, disse Dória. Já o DEM e o PP acenaram apoio político a Bolsonaro, mas sem ainda declarar apoio formal.

A expectativa é que nesta sexta-feira, 13, as conversas continuem nos bastidores de Brasília, especialmente com a volta de Bolsonaro ao Rio de Janeiro. Apesar de as bancadas estarem temerosas com o apoio ao presidente eleito, pesquisa CNI-Ibope divulgada ontem mostra que 75% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro e sua equipe estão no caminho certo – o que em última instância pode afetar essas articulações contrárias ao novo presidente.

O presidente eleito terá um início de mandato turbulento, com viagem ao Fórum Econômico de Davos, dia 22 de janeiro, e cirurgia para retirada da bolsa de colostomia, agendada para o dia 28 de janeiro.

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