Brasil

Senado deve dar primeiro passo para criação da CPI da Covid-19 nesta terça

Presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deve ler o requerimento de criação do colegiado; partidos ainda precisam indicar os integrantes

Plenário do Senado Federal, em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

Plenário do Senado Federal, em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 13 de abril de 2021 às 06h00.

Última atualização em 13 de abril de 2021 às 12h00.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia. 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pretende ler nesta terça-feira, 13, o requerimento para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. O colegiado vai apurar as ações e eventuais omissões do governo federal durante a pandemia, mas ainda há dúvidas sobre o alcance da investigação, se poderá se estender também à atuação de governadores e prefeitos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou a instalação da CPI na última quinta-feira, 8, por entender que o requerimento, assinado por 32 senadores, já cumpre todos os requisitos para avançar: número mínimo de assinaturas de 27 senadores, objeto de investigação e prazo determinado.

O requerimento inicial, de iniciativa do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no entanto, só prevê a apuração de ações e omissões do governo federal na pandemia. O presidente Jair Bolsonaro e parlamentares pressionam para que governadores e prefeitos também sejam investigados, seja pela abertura de outra comissão ou pela ampliação do escopo da primeira.

Como antecipou à EXAME, em entrevista publicada no último sábado, 10, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou requerimento junto à Mesa Diretora do Senado pedindo a ampliação das investigações para incluir atos praticados por governadores, prefeitos e outros agentes administrativos. Vieira é co-autor da ação que levou Barroso a impor a criação do colegiado.

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) também afirmou nesta segunda-feira, 12, que apresentará um requerimento paralelo nesse sentido. Ele propõe a instalação de uma comissão que seria responsável por investigar a atuação do governo federal e também de governantes locais na pandemia. O documento já tem 34 assinaturas, segundo o senador.

Há, ainda, outro requerimento, do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que sugere a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com deputados e senadores. O colegiado investigaria tanto a atuação do governo federal quanto dos prefeitos e governadores. 

Em audiência pública no Congresso, nesta segunda-feira, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizete, afirmou que a ampliação do escopo da CPI não é um problema para as prefeituras, mas disse se preocupar com a possibilidade de estar sendo criada uma “cortina de fumaça” para tirar o foco da atuação do governo federal. 

O STF vai analisar nesta quarta-feira, 14, a decisão liminar de Barroso, que determinou a abertura da CPI. A tendência é que a Corte reafirme o entendimento de Barroso, mas há a possibilidade de que os ministros tomem decisões diferentes, como estabelecer que a comissão só poderá ter reuniões quando passar a fase mais crítica da pandemia, o que atrasaria os trabalhos.

A comissão

A CPI será formada por 11 senadores, que ainda precisam ser indicados pelos partidos. Em seguida, será marcada uma sessão para definir quem presidirá a comissão e quem será o relator.

O objetivo da CPI, segundo o requerimento, é “apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio para os pacientes internados”.

Acompanhe tudo sobre:CongressoCoronavírusCPIExame HojePandemiaSenado

Mais de Brasil

Lira convoca reunião de líderes para debater composição da mesa diretora da Câmara em 2025

Tarifa de ônibus em SP deve ficar entre R$ 5 e R$ 5,20

Após jovem baleada, Lewandowski quer acelerar regulamentação sobre uso da força por policiais

Governadores avaliam ir ao STF contra decreto de uso de força policial