Brasil

Sem segurança, Itamaraty transfere embaixada da Líbia

Itamaraty informou que a medida não implicará no fechamento da representação diplomática naquela país


	Palácio do Itamaraty: diplomacia brasileira transferiu unidade da Líbia para a Tunísia
 (Wikimedia Commons)

Palácio do Itamaraty: diplomacia brasileira transferiu unidade da Líbia para a Tunísia (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2014 às 13h02.

Brasília - O governo brasileiro decidiu transferir temporariamente os servidores de nacionalidade brasileira da Embaixada do Brasil em Trípoli para Túnis, na Tunísia, devido à falta de segurança na Líbia. Em nota, o Itamaraty informou que a medida, tomada pela “contínua deterioração das condições de segurança” não implicará no fechamento da representação diplomática naquela país.

De acordo com o documento, a representação brasileira continuará prestando assistência aos portadores de passaporte do Brasil residentes na Líbia. O Ministério de Relações Exteriores disponibilizou dois números de telefone para atender a demandas consulares: (218) 91-727-8419 e (218) 91-840-7386.

Ontem (30), grupos islamitas tomaram o controle da principal base do Exército líbio em Benghazi, no Leste da Líbia, após combates que mataram dezenas de soldados, em meio à crescente onda de episódios violentos no país. Em um desses episódios, em Trípoli, uma enfermeira filipina foi sequestrada ontem durante algumas horas e violentada por um grupo armado. As fontes médicas e dos serviços de segurança líbios que divulgaram o ocorrido informam também que os agressores não foram identificados.

O Ministério da Saúde líbio indicou, em comunicado, que o episódio deverá acelerar a decisão das autoridades filipinas de retirar cidadãos daquele território, incluindo 3 mil médicos e enfermeiras. A organização humanitária Crescente Vermelho, federada à Cruz Vermelha Internacional, informou ter retirado de uma base militar corpos de 35 soldados, afirmando que ainda há mais cadáveres no local.

“Até agora conseguimos retirar 35 corpos. Mas há mais no bairro de Bouatni, onde está situada a base militar e outras estruturas da unidade das Forças Especiais do exército líbio”, disse à agência internacional AFP, o porta-voz do Crescente Vermelho, Mohamed al-Misrati. Na sua página na rede social Facebook, o grupo Ansar Asharia publicou fotografias do material bélico conquistado após o assalto à base militar: dezenas de armas e caixas de munições.

Os confrontos registados nas últimas semanas no país são os mais violentos desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011 e acontecem entre milícias armadas e o Exército líbio. Face ao clima de caos que enfrenta o país, o deputado Abu Bakr Biirao informou que o novo Parlamento líbio, eleito no dia 25 de junho, decidiu fazer uma reunião de urgência no sábado (2) em Tobrouk, no Leste da Líbia. Inicialmente, o novo Parlamento deveria assumir funções no próximo dia 4, em Benghazi. “Em virtude da situação perigosa no país decidimos ter uma reunião de urgência em Tobrouk, a cerca de 200 quilômetros a leste de Benghazi”, disse Biirao, que vai presidir a sessão inaugural.

Perante a escalada de violência, principalmente na capital líbia Trípoli, vários países ocidentais têm retirado seus cidadãos ou funcionários diplomáticos do território. Nas últimas 24 horas, cerca de 50 franceses e britânicos saíram do país em barcos. Ainda em Trípoli, os bombeiros continuavam hoje a combater, pelo quarto dia consecutivo, um violento incêndio num grande depósito de armazenamento de combustíveis. O incêndio foi provocado por foguetes disparados durante os confrontos entre milícias rivais.

*Com informações da Agência Lusa

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaAmérica LatinaDados de BrasilDiplomaciaLíbiaTunísia

Mais de Brasil

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas