Sem recursos, hospital universitário no Rio pode fechar
O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, precisa de um repasse de R$ 4 milhões até a próxima quarta-feira
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2015 às 20h01.
O orçamento apertado das universidades federais do Rio de Janeiro tem efeito direto nos hospitais universitários do estado. O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), precisa de um repasse de R$ 4 milhões até a próxima quarta-feira (16) para não fechar as portas, conforme informou o diretor da unidade Fernando Ferry.
O hospital já fechou 106 leitos e não recebe novos pacientes. Segundo Ferry, a unidade precisa de R$ 6 milhões mensais para o funcionamento pleno. “O repasse atual gira em torno R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por mês”, diz.
Cerca de 3,8 mil pacientes com Aids estão em tratamento no Gaffrée e Guinle, que é referência nacional para casos de HIV. Entretanto, Ferry alertou que o atual financiamento não permite que a unidade continue a tratar casos de alta complexidade.
Após repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), a dívida do caiu de R$ 16 milhões para cerca de R$ 13 milhões. “O dinheiro chegando, eu consigo fazer as coisas funcionarem. Mas ainda estou devendo muito”, disse Ferry.
Na última quarta-feira (9), residentes, médicos e trabalhadores terceirizados do Gaffrée e Guinle fizeram uma manifestação em frente à unidade, na Tijuca, na zona norte do Rio. De acordo com a vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SINMED/RJ), Sara Padron, a manifestação foi para alertar à população os problemas enfrentados no hospital.
“O cenário é grave porque leitos podem ser fechados. O hospital como um todo está ameaçado porque as verbas são insuficientes. Onde que um país relega a segundo plano o saber? O saber voltado para o tratamento da população? Eu acho que o rumo da saúde pública neste país está muito ruim. A gente vai lutar contra o sucateamento da saúde”, criticou Sara.
A crise também afeta outros hospitais universitários no Rio de Janeiro. No último dia 27, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Pablo Vazquez, afirmou, em audiência pública, que os hospitais universitários do estado estavam à beira do fechamento.
Por meio de nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que, por ser um hospital universitário federal, a unidade recebe recursos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O dinheiro vem dos Ministérios da Educação e da Saúde. Por meio desse programa, em 2015, foram repassados, até o momento, R$ 5.254.189,76 ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
Editor Wellton Máximo
O orçamento apertado das universidades federais do Rio de Janeiro tem efeito direto nos hospitais universitários do estado. O Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), precisa de um repasse de R$ 4 milhões até a próxima quarta-feira (16) para não fechar as portas, conforme informou o diretor da unidade Fernando Ferry.
O hospital já fechou 106 leitos e não recebe novos pacientes. Segundo Ferry, a unidade precisa de R$ 6 milhões mensais para o funcionamento pleno. “O repasse atual gira em torno R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por mês”, diz.
Cerca de 3,8 mil pacientes com Aids estão em tratamento no Gaffrée e Guinle, que é referência nacional para casos de HIV. Entretanto, Ferry alertou que o atual financiamento não permite que a unidade continue a tratar casos de alta complexidade.
Após repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), a dívida do caiu de R$ 16 milhões para cerca de R$ 13 milhões. “O dinheiro chegando, eu consigo fazer as coisas funcionarem. Mas ainda estou devendo muito”, disse Ferry.
Na última quarta-feira (9), residentes, médicos e trabalhadores terceirizados do Gaffrée e Guinle fizeram uma manifestação em frente à unidade, na Tijuca, na zona norte do Rio. De acordo com a vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SINMED/RJ), Sara Padron, a manifestação foi para alertar à população os problemas enfrentados no hospital.
“O cenário é grave porque leitos podem ser fechados. O hospital como um todo está ameaçado porque as verbas são insuficientes. Onde que um país relega a segundo plano o saber? O saber voltado para o tratamento da população? Eu acho que o rumo da saúde pública neste país está muito ruim. A gente vai lutar contra o sucateamento da saúde”, criticou Sara.
A crise também afeta outros hospitais universitários no Rio de Janeiro. No último dia 27, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Pablo Vazquez, afirmou, em audiência pública, que os hospitais universitários do estado estavam à beira do fechamento.
Por meio de nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que, por ser um hospital universitário federal, a unidade recebe recursos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O dinheiro vem dos Ministérios da Educação e da Saúde. Por meio desse programa, em 2015, foram repassados, até o momento, R$ 5.254.189,76 ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
Editor Wellton Máximo