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Sem indicações, sessão da CMO está mantida nesta terça-feira

Na última quarta, 05, Renan Calheiros chegou a indicar os 6 representantes do partido no colegiado, mas voltou atrás e retirou todos os nomes

Congresso: Para Arthur Lira, Renan "quer tumultuar" e "não está agindo com a devida responsabilidade que o cargo de líder exige" (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de abril de 2017 às 21h08.

Brasília - Mesmo sem as indicações do PMDB e do PSDB para compor a Comissão Mista de Orçamento (CMO), a eleição da presidência do colegiado está mantida para esta terça-feira, 11, às 14h30.

Por ser o membro mais velho da CMO atualmente, o senador Antonio Valadares (PSB-SE) será temporariamente o responsável por comandar os trabalhos da comissão.

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Na última quarta-feira, 05, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), chegou a indicar os seis representantes do partido no colegiado, mas voltou atrás no dia seguinte e retirou todos os nomes.

Pela tradição do Congresso, que alterna o comando entre Câmara e Senado a cada ano, a presidência da CMO caberia ao maior partido do Senado: o PMDB.

Renan indicou a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para a presidência na semana passada, mas recuou após firmar um acordo com o PSDB do Senado para ganhar mais tempo.

O objetivo é evitar que a escolha da relatoria ficasse a cargo de um de seus inimigos políticos, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), filho do senador Benedito de Lira.

Arthur Lira, que faz parte do maior bloco da Câmara atualmente, indicou o deputado Cacá Leão (PP-BA) para a vaga de relator. Apesar disso, uma união entre PSDB e PMDB poderia impedir a nomeação - apenas as duas legendas ainda não indicaram seus representantes.

O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer, afirmou à reportagem nesta segunda-feira que só vai indicar os representantes da bancada quando o colegiado tiver um nome para a presidência. A demora de Bauer é vista com apreensão por Lira e seus aliados.

Antes da reunião da CMO que deve eleger quem conduzirá os trabalhos, a bancada dos senadores peemedebistas deve se reunir no início da tarde para tentar chegar a um acordo.

Alguns integrantes da sigla temem que o PMDB acabe ficando fora da disputa da presidência por causa de Renan.

A presença do líder da bancada em Brasília, entretanto, ainda não foi confirmada pela assessoria do parlamentar. O vice-líder do partido e líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já se comprometeu com membros da bancada de que a reunião ocorrerá de qualquer maneira.

Renan deveria ter indicado os nomes do partido para a CMO há mais de dez dias, quando a comissão foi instalada. Segundo Arthur Lira, não existe uma resolução sobre a presidência, e sim um "costume" nas duas Casas.

Para Lira, Renan "quer tumultuar" e "não está agindo com a devida responsabilidade que o cargo de líder exige".

"É perfeitamente possível que os partidos que estão regulares pleiteiem essa presidência amanhã. Isso deveria ficar com o PMDB do Senado, mas se Renan não está indicando é porque não quer", comentou Lira. Ele criticou o fato de senadores tentarem interferir na escolha da relatoria, que deveria ser da Câmara.

"O PMDB do Senado não tem nada a ver com relatoria da Câmara. A tradição tem que ser respeitada, mas não pode ser motivo para obstrução", criticou Lira.

Ele já buscou apoio do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) para solucionar o impasse, porém o presidente não pretende entrar diretamente no embate.

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