Sem data, Ministério da Saúde apresenta plano de vacinação contra covid-19
Na previsão do Ministério da Saúde, a imunização começa em até cinco dias após a primeira vacina ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Gilson Garrett Jr
Publicado em 16 de dezembro de 2020 às 11h03.
Última atualização em 16 de dezembro de 2020 às 11h17.
O governo federal divulgou nesta quarta-feira, 16, a estratégia de vacinação contra o coronavírus no Brasil. Chamado de Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, o documento prevê que a estratégia seja feita em duas fases: o planejamento e a vacinação em si. O que foi apresentado nesta quarta foi apenas o planejamento, sem data para início de uma aplicação de um imunizante contra a covid-19.
A apresentação de todo o plano contou com a participação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e do presidente, Jair Bolsonaro, que recebeu o documento de mais de 100 páginas. A vacinação deve levar 16 meses, sendo os 4 primeiros dedicados aos grupos de risco.
De acordo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a vacinação vai começai em até cinco dias após a primeira vacina ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até agora, nenhum imunizante está registrado e licenciado. Ele ainda disse que o plano pode mudar, que é um documento preliminar.
"É um plano que vai ser guarda-chuva que vai pegar toda a execução e definição de grupos, a execução. São quatro fases. O planejamento inicial que se conclui hoje. Os estados serão responsáveis pela logística de distribuição aos municípios. E isso será feito junto com o Ministério da Defesa, fazendo o acompanhamento de segurança. A partir daí os municípios executam a vacinação", disse Pazuello.
O documento com toda a estratégia de imunizar a população brasileira é similar ao que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no sábado, 12, a pedido do ministro Ricardo Lewandovski, relator das ações que tratam da obrigatoriedade da vacina e outras medidas de combate à pandemia.
Grupos prioritários
O Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, apresentado pelo governo ao STF, prevê quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas, o que vai demandar 108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas, uma vez que cada pessoa deve tomar duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção.
O primeiro grupo prioritário, a ser vacinado na fase 1, é formado por trabalhadores da saúde (5,88 milhões), pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos (3,48 milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil). A fase 2 é formada por pessoas de 70 a 74 anos (5,17 milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões).
Na fase 3, a previsão é vacinar 12,66 milhões de pessoas acima dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a 40).
Na fase 4, deverão ser vacinados professores do nível básico ao superior (2,34 milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do sistema prisional (144 mil). O Ministério da Saúde pondera, no documento, que os grupos previstos ainda são preliminares e poderão ser alterados.
Vacinas
Segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de três acordos, com a AstraZeneca, Covax Facility e Pfizer. Há ainda negociações com outros laboratórios:
- Fiocruz/AstraZeneca: 100,4 milhões de doses até julho de 2020 e mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre);
- Covax Facility: 42,5 milhões de doses;
- Pfizer: 70 milhões de doses ainda em negociação
- Instituto Butantan/Sinovac e farmacêuticas Bharat Biotech, Moderna, Gamaleya e Janssen – solicitadas informações de preços, estimativa e cronograma de disponibilização de doses, dados científicos dos estudos de fase I, II e III.
Veja como foi o anúncio
(Com Agência Brasil)