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Sem chuva, mananciais de Minas estarão vazios no meio do ano

Atuais diretores da Copasa atribuíram a possíveis "diretrizes políticas" da gestão anterior a falta de ações da companhia para atenuar o problema

Copasa: empresa já adotou primeiras medidas legais para iniciar racionamento e cobrança de sobretaxa (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 16h08.

Belo Horizonte - Se a chuva no primeiro semestre de 2015 for escassa como no mesmo período de 2014, os reservatórios que abastecem a maior parte da região metropolitana de Belo Horizonte estarão completamente vazios até meados do ano.

O alerta foi dado pela direção da Companhia de Saneamento de Minas Gerais ( Copasa ) em audiência pública realizada nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa de Minas, na qual atuais diretores atribuíram a possíveis "diretrizes políticas" da gestão anterior a falta de ações da companhia para atenuar o problema.

Os três reservatórios do sistema Paraopeba estão neste momento com 29,88% da capacidade, o que, segundo o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Rômulo Perilli, é uma situação "gravíssima".

"Se tivermos em 2015 a mesma precipitação que aconteceu em 2014, nós vamos entrar em colapso no sistema Paraopeba até julho ou agosto. Os reservatórios serão esvaziados totalmente", declarou.

A Copasa já adotou as primeiras medidas legais para iniciar um racionamento e cobrança de sobretaxa pelo uso da água no estado.

Perilli afirmou ainda que, quando a nova direção assumiu a empresa no último dia 16, já havia na Copasa "relatórios internos" mostrando a "rápida deterioração do volume" dos reservatórios e o "quase colapso" do sistema.

"As informações estavam na Copasa desde sempre", salientou.

Para o vice-presidente da empresa, Antônio César Pires de Miranda Júnior, o problema já "deveria ter sido tratado há alguns anos".

"A Copasa tem um corpo técnico brilhante. Houve um erro. Talvez por diretrizes políticas, ações não foram adotadas há dois ou três anos", avaliou.

Disputa

Desde 2003, o estado era governado pelo PSDB, mas o candidato do governo, o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga, foi derrotado no primeiro turno das eleições de outubro pelo atual governador, Fernando Pimentel (PT).

Para os aliados das gestões anteriores, porém, não houve nenhum tipo de "negligência".

"Em 2012 tive a felicidade de participar de uma audiência pública que estava discutindo a PPP do rio Manso, que hoje é uma das principais soluções apresentadas", disse o deputado estadual Duarte Bechir (PSD).

Ele se referia à parceria público-privada que prevê captação no Rio Paraopeba para abastecimento do reservatório Rio Manso.

O projeto, orçado em R$ 693 milhões, foi iniciado na gestão passada, que, como lembrou a atual oposição ao governo, foi criticado por integrantes do próprio PT.

"Houve negligência durante pelo menos 12 anos. Precisamos agir com rapidez agora. Parceria público-privada não é o melhor. Mas, se tem emergência e o projeto está posto, temos que analisá-lo. Evidentemente não vamos parar o processo no meio", observou o deputado estadual Rogério Correia (PT).

"A caixa d'água do Brasil com problema de falta d'água é um problema de gerenciamento", acrescentou o também petista Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, onde foi realizada a audiência, em referência ao apelido do Estado por causa da quantidade de rios e nascentes.

Ao fim do encontro, os presentes aprovaram uma série de requerimentos, incluindo o envio de solicitação à Presidência para o fim da cobrança do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) das empresas de saneamento e abastecimento de água.

"Era uma proposta da presidente Dilma em 2010 e não foi feito até hoje", concluiu Bechir assegurou Barbosa.

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O alerta foi dado pela direção da Companhia de Saneamento de Minas Gerais ( Copasa ) em audiência pública realizada nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa de Minas, na qual atuais diretores atribuíram a possíveis "diretrizes políticas" da gestão anterior a falta de ações da companhia para atenuar o problema.

Os três reservatórios do sistema Paraopeba estão neste momento com 29,88% da capacidade, o que, segundo o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Rômulo Perilli, é uma situação "gravíssima".

"Se tivermos em 2015 a mesma precipitação que aconteceu em 2014, nós vamos entrar em colapso no sistema Paraopeba até julho ou agosto. Os reservatórios serão esvaziados totalmente", declarou.

A Copasa já adotou as primeiras medidas legais para iniciar um racionamento e cobrança de sobretaxa pelo uso da água no estado.

Perilli afirmou ainda que, quando a nova direção assumiu a empresa no último dia 16, já havia na Copasa "relatórios internos" mostrando a "rápida deterioração do volume" dos reservatórios e o "quase colapso" do sistema.

"As informações estavam na Copasa desde sempre", salientou.

Para o vice-presidente da empresa, Antônio César Pires de Miranda Júnior, o problema já "deveria ter sido tratado há alguns anos".

"A Copasa tem um corpo técnico brilhante. Houve um erro. Talvez por diretrizes políticas, ações não foram adotadas há dois ou três anos", avaliou.

Disputa

Desde 2003, o estado era governado pelo PSDB, mas o candidato do governo, o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga, foi derrotado no primeiro turno das eleições de outubro pelo atual governador, Fernando Pimentel (PT).

Para os aliados das gestões anteriores, porém, não houve nenhum tipo de "negligência".

"Em 2012 tive a felicidade de participar de uma audiência pública que estava discutindo a PPP do rio Manso, que hoje é uma das principais soluções apresentadas", disse o deputado estadual Duarte Bechir (PSD).

Ele se referia à parceria público-privada que prevê captação no Rio Paraopeba para abastecimento do reservatório Rio Manso.

O projeto, orçado em R$ 693 milhões, foi iniciado na gestão passada, que, como lembrou a atual oposição ao governo, foi criticado por integrantes do próprio PT.

"Houve negligência durante pelo menos 12 anos. Precisamos agir com rapidez agora. Parceria público-privada não é o melhor. Mas, se tem emergência e o projeto está posto, temos que analisá-lo. Evidentemente não vamos parar o processo no meio", observou o deputado estadual Rogério Correia (PT).

"A caixa d'água do Brasil com problema de falta d'água é um problema de gerenciamento", acrescentou o também petista Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, onde foi realizada a audiência, em referência ao apelido do Estado por causa da quantidade de rios e nascentes.

Ao fim do encontro, os presentes aprovaram uma série de requerimentos, incluindo o envio de solicitação à Presidência para o fim da cobrança do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) das empresas de saneamento e abastecimento de água.

"Era uma proposta da presidente Dilma em 2010 e não foi feito até hoje", concluiu Bechir assegurou Barbosa.

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