Sem cargo no governo, Pazuello volta ao Exército
A portaria assinada pelo comandante do Exército, general Edson Pujol, determina a volta de Pazuello ao quadro da força a contar do dia 23 de março, quando foi publicada sua exoneração do Ministério da Saúde
Reuters
Publicado em 26 de março de 2021 às 13h06.
Última atualização em 26 de março de 2021 às 13h59.
Depois de dias de discussões e tentativas de encaixar o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde , em um novo cargo, a volta do militar para os quadros do Exército foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial.
A portaria assinada pelo comandante do Exército, general Edson Pujol, determina a volta de Pazuello ao quadro da força a contar do dia 23 de março, quando foi publicada sua exoneração do Ministério da Saúde.
A volta de Pazuello aos quadros do Exército é um final que não agrada nem o general nem a Força. Generais da força preferiam que Pazuello fosse, então, diretamente para a reserva por se incomodarem com o envolvimento político do general. Mas Pazuello, que ainda tem cerca de três anos de tempo na ativa, mas tem pretensões políticas, preferia continuar no governo.
Por mais de uma semana, o presidente Jair Bolsonaro , desde que ficou acertada a saída do general do ministério, tentou encontrar um outro cargo para encaixá-lo no governo.
O próprio Pazuello chegou a dizer a interlocutores que o presidente o manteria com um cargo equivalente a ministro em algum outro posto, e várias alternativas foram analisadas, mas nada foi adiante.
Bolsonaro chegou a analisar a criação de um ministério para desenvolvimento da Amazônia — o que mais interessava a Pazuello — mas a ideia foi abatida. Fontes próximas ao presidente disseram à Reuters que "não era o momento" de criar mais um ministério.
Também surgiu a possibilidade de Pazuello ocupar a Secretaria de Assuntos Estratégicos, hoje com o almirante Flávio Rocha, que também chefia a Secretaria de Comunicação da Presidência, mas não houve acordo para o almirante entregar o posto.
A tentativa mais recente foi retirar, novamente, a Secretaria Especial do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do Ministério da Economia, levá-la para a Secretaria-Geral e colocar Pazuello para tocá-la, mas a ideia teve muita resistência de Paulo Guedes, incomodou investidores e não foi para a frente.
De acordo com uma fonte, Bolsonaro ainda não desistiu de encontrar um novo local no governo para Pazuello mas, por enquanto, o general volta para o Exército.
Nesta sexta também foi publicada no Diário Oficial a exoneração de Élcio Franco, coronel que ocupava a secretaria executiva do Ministério da Saúde. Na quinta, saíram outros três assessores ligados diretamente a Pazuello.