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Sem água, escola de Barra do Piraí dispensa alunos

Moradores afirmam que a situação da cidade se agravou desde a semana passada, quando a CESP diminuiu a quantidade de água liberada em Jaguari

Seca na Represa do Jaguari, em Vargem (Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem)

Seca na Represa do Jaguari, em Vargem (Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 18h42.

Barra do Piraí - Moradores do bairro Areal, em Barra do Piraí (RJ), têm sofrido com a falta de água desde o início de agosto. Embora o problema da distribuição de água seja recorrente na região, eles afirmam que a situação se agravou desde a semana passada.

Alguns chegaram a ficar cinco dias sem água.

O período coincide com a redução da vazão do Rio Jaguari, importante afluente do Rio Paraíba do Sul, que abastece a região.

A Companhia Energética de São Paulo (CESP) diminuiu a quantidade de água liberada, passando de 30 mil para 10 mil litros por segundo.

Para contornar a situação, os moradores captam água em uma mina de água conhecida como Caixinha. É o caso de Oséias Portugal, de 36 anos, que na manhã desta quarta-feira, 13, foi à mina buscar água para a família beber e cozinhar.

"Semana passada fiquei quatro dias sem cair uma gota d'água em casa. Acredito que não seja só um problema de distribuição, mas também de falta de chuva", opinou.

O Areal é um vale e o reservatório que abastece o bairro fica em cima de um morro. A água chega às casas mais baixas "na pressão", mas não tem força para chegar às casas mais altas, e não existe bomba para levar a água até lá.

"Ficar sem água faz parte do nosso cotidiano, mas é muito desagradável. Com certeza esse é um dos piores meses desse ano".

Carregando um galão para 20 litros, Lucas Assis, de 14 anos, aguardava sua vez de captar água na mina.

Ele contou que há uma semana tem sido liberado da escola municipal Paulo Fernandes, onde cursa o 7º ano do ensino fundamental, às 10h, apesar de o turno terminar às 12h20. "Quase não tem aula e estamos sem merenda porque não tem água", diz.

A reportagem foi até a escola, onde uma funcionária que não se identificou afirmou que os alunos foram dispensados mais cedo.

"Só hoje (ontem)" pela falta de água, mas depois voltou atrás e disse que não poderia falar sobre o assunto. A diretora da escola não quis atender a reportagem.

Em cidades do sul fluminense perto de Barra do Piraí, como Volta Redonda e Barra Mansa, ainda não há falta de água, mas os moradores estão apreensivos com a notícia da redução da vazão do rio.

O prefeito de Barra do Piraí, Maércio de Almeida, atribuiu a falta de água à decisão da CESP de reduzir a vazão na barragem situada no rio Jaguari.

"Essa decisão foi um absurdo, tomada sem consultar ninguém. Espero que a ANA tome alguma providência", disse, referindo-se à Agência Nacional de Águas, órgão ao qual ele informou o problema na semana passada.

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