Brasil

Sem a presença de Amaral, PSB discute novo comando

Sob influência dos caciques de São Paulo e Pernambuco, a nova direção não terá os opositores da aliança presidencial com o tucano Aécio Neves


	Roberto Amaral: cúpula do PSB ainda não sabe se Marina continuará no partido
 (Reprodução/Blog Roberto Amaral)

Roberto Amaral: cúpula do PSB ainda não sabe se Marina continuará no partido (Reprodução/Blog Roberto Amaral)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 16h02.

Brasília - Sem a presença até o momento do atual presidente, Roberto Amaral, começou na tarde desta segunda-feira, 13, a reunião do Diretório Nacional que vai definir o novo comando do PSB.

Sob influência dos caciques de São Paulo e Pernambuco, a nova direção não terá os opositores da aliança presidencial com o tucano Aécio Neves - como a deputada federal Luiza Erundina (SP) - na Executiva do partido.

"Antes, as nossas posições eram vencidas, a gente sempre perdeu. Isso agora se inverteu. É o pacto São Paulo e Pernambuco que tem mais força hoje", resumiu o deputado federal Márcio França (SP), que permanecerá na Secretaria de Finanças do partido.

A chapa única é formada por Carlos Siqueira na presidência da legenda; o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, na vice-presidência; o prefeito de Recife, Geraldo Júlio, na primeira secretaria nacional; o atual governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, na secretaria geral e na Fundação João Mangabeira; além do atual líder da bancada na Câmara e vice na chapa presidencial de Marina Silva, Beto Albuquerque (RS), na vice-presidência de Relações Governamentais.

A presidência da Fundação chegou a ser oferecida a Amaral, que não aceitou a proposta. Por estar em posição minoritária na sigla, Amaral também não lançou uma chapa para disputar o comando do partido.

"Ele fica com os ideais dele", ironizou um pessebista.

Ontem, o dirigente informou que apoiaria a reeleição da presidente Dilma Rousseff. "Ela ganhou só mais um voto com a ida do Amaral para o palanque dela", disse Albuquerque.

"Os insatisfeitos que se retirem da Executiva", reforçou o deputado Júlio Delgado (MG), que continuará como membro da cúpula do PSB.

Delgado avalia que Amaral ficou "sem clima" na direção do partido após a maioria votar pelo apoio a Aécio Neves.

"O partido tem posição de apoio a Aécio. E acabou", declarou.

Reaproximação

Siqueira, que se opôs à candidatura de Marina em substituição a Eduardo Campos, já se reaproximou da candidata derrotada à Presidência da República.

Na semana passada, o dirigente conversou com a ex-senadora sobre o estresse que viveu após a morte trágica do ex-governador de Pernambuco e disse que já havia superado aquele momento em que saiu brigado com Marina.

"Não há distensão", comentou Albuquerque.

A cúpula do PSB ainda não sabe se Marina continuará no partido ou se ficará dedicada à formalização da Rede Sustentabilidade.

"Os aliados de Marina permanecem no PSB o tempo que quiserem", afirmou Albuquerque. Já Delgado espera que Marina continue no PSB. "Não vai ser fácil criar um partido daqui para frente", justificou.

Após a reunião do diretório, o partido promoverá uma missa pelos 60 dias da morte de Eduardo Campos. Está prevista a presença da viúva Renata Campos na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo, em Brasília.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições 2014Partidos políticosPolíticaPolítica no BrasilPSB – Partido Socialista Brasileiro

Mais de Brasil

Desde o início do ano, 16 pessoas foram baleadas ao entrarem por engano em favelas do RJ

Justiça suspende revisão que permitiria construção de condomínios nos Jardins

Dino convoca para fevereiro audiência com nova cúpula do Congresso para discutir emendas

Em decisão sobre emendas, Dino cita malas de dinheiro apreendidas em aviões e jogadas por janelas