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Seis em cada dez brasileiros temem assalto e assassinato

O Ipea publicou a segunda rodada de pesquisa sobre segurança pública feita pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social, criado pelo instituto

Arma e balas: A desigualdade social, a falta de investimento em educação e o aumento do tráfico de drogas foram apontados como as principais causas da criminalidade (Stock Exchange)

Arma e balas: A desigualdade social, a falta de investimento em educação e o aumento do tráfico de drogas foram apontados como as principais causas da criminalidade (Stock Exchange)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2012 às 17h31.

Brasília – Pesquisa de opinião divulgada hoje (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que é alto o medo da violência no Brasil e baixa a confiança nas polícias que combatem os crimes mais próximos do cotidiano do cidadão.

O Ipea publicou a segunda rodada de pesquisa sobre segurança pública feita pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social, criado pelo instituto. Desta vez, 3.799 pessoas foram entrevistadas em todas as regiões do país.

A cada grupo de dez brasileiros, pelo menos seis têm “muito medo” de assalto à mão armada, assassinato e arrombamento da residência, conforme apurado pela pesquisa. Mais da metade sentem “muito medo” de sofrer agressão. O percentual de “nenhum medo” em todos os quesitos (assalto à mão armada, assassinato e arrombamento da residência) é em torno de 10%, com exceção do tema sofrer agressão, em que o percentual é 18,2%.

As mulheres se sentem menos seguras que os homens. Apenas 7,8% das entrevistadas disseram não sentir “nenhum medo” de assalto à mão armada, enquanto 16,9% dos homens têm a mesma sensação. Metade dos homens entrevistados afirma ter “muito medo” de assalto à mão armada, enquanto três quartos das mulheres têm a mesma intranquilidade.

A amostra da pesquisa permite comparações entre as regiões. Em todos os quesitos, o Nordeste (com mais de 70% das respostas indicando “muito medo”) lidera os temores de violência.

Além da sensação de insegurança, a pesquisa ouviu a opinião dos entrevistados sobre as instituições policiais. Apenas a Polícia Federal (PF) teve índice acima de 10% na resposta “confia muito”. As polícias civis e militares dos estados, polícias com os maiores efetivos e mais próximas do cotidiano dos cidadãos, atingiram apenas 6% das respostas “confia muito”. Cerca de 9% disseram “confiar muito” na Polícia Rodoviária Federal (PRF).


Em cada dez entrevistados, seis concordam que a PF e a PRF realizam “seu trabalho com competência e eficiência”. Mais da metade dos entrevistados em todo o país discordam da afirmação de que a “Polícia Civil realiza investigações sobre crimes de forma rápida e eficiente”. A maioria também discorda que “a Polícia Militar (PM) aborda as pessoas de forma respeitosa”.

Menos de 45% discordam que a PM “atende às emergências de forma rápida e eficiente”. Segundo o Ipea, a percepção negativa das pessoas declaradas “não-brancas” em relação às polícias é 5% acima daquelas declaradas “brancas”. Mais de 63% de todos entrevistados afirmaram que “os policias no Brasil tratam as pessoas com preconceito”.

Apesar desses indicadores, a maioria da população ainda confia na polícia. Somente cerca de um quinto (20%) disse “não confiar” nas polícias militares e nas polícias civis, enquanto 15% avaliaram negativamente a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Dos entrevistados, 48,4% afirmaram “ter procurado a polícia por algum motivo e passado por um atendimento policial”. Desses, 74,1% fazem “avaliação positiva” dos atendimentos policiais.

A desigualdade social, a falta de investimento em educação e o aumento do tráfico de drogas foram apontados como as principais causas da criminalidade. O crescimento do comércio ilegal de entorpecentes foi a principal dificuldade enfrentada pelos policiais.

A maioria dos entrevistados discorda que os policiais no Brasil “recebem boa formação e são bem preparados”. Mais de um quarto dos entrevistados afirmam que ser policial é uma péssima opção de trabalho.

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