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Segurança suspeito de torturar jovem negro em supermercado é preso

O outro segurança acusado de também ter participado da tortura do jovem no supermercado Ricoy permanece foragido

Supermercado: crime aconteceu na zona sul da cidade de São Paulo (Google Street View/Reprodução)

Supermercado: crime aconteceu na zona sul da cidade de São Paulo (Google Street View/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 21h00.

Última atualização em 6 de setembro de 2019 às 21h40.

David Oliveira Fernandes, um dos ex-seguranças do supermercado Ricoy investigados por torturar um jovem de 17 anos, foi preso nesta sexta-feira (6), no 80º Distrito Policial, da Vila Joaniza, zona Sul de São Paulo. O outro segurança, Valdir Bispo dos Santos, permanece foragido.

A ordem de prisão partiu da juíza criminal Tatiana Saes Valverde Ormeleze e acolhe representação da Polícia Civil de São Paulo. A magistrada também autorizou buscas e apreensões contra os investigados.

A juíza anota que "há fortes elementos ligando os representados à autoria do crime de tortura, tanto que foram divulgadas gravações do ofendido sendo açoitado pelos seguranças". "Ademais o relato da vítima é detalhado em apontar como ocorreram as agressões".

"Outrossim, é presumível que a recolocação do representado em liberdade, após ser conduzido à delegacia, poderia frustrar completamente o intento investigativo é fácil concluir que, uma vez ciente das suspeitas que recaem sobre si, o agente buscaria apagar pistas e ocultar provas e, o que turbaria irremediavelmente as investigações. Em suma, é preciso esclarecer o mais rápido as circunstâncias do gravíssimo crime praticado, justificando o expediente", anota a magistrada.

Depoimento

O rapaz afirmou que, no mês passado, "em data que não recorda, dentro do Supermercado Ricoy, instalado no local dos fatos, onde apanhou das gôndolas uma barra de chocolate e tentou sair sem efetuar o pagamento". "Foi abordado na saída pela pessoa de Santos, segurança do local, o qual conhece já há algum tempo".

"Ele foi auxiliado por Neto que juntos levaram a vítima até um quarto nos fundos da loja", narrou.

O jovem acrescentou. "Ali a vítima foi despida, amordaçada, amarrada e passou a ser torturada com um chicote de fios elétricos trançados. Ali, permaneceu por cerca de quarenta minutos, sendo agredido o tempo todo".

Apontaram uma arma

Esta não é a única investigação a respeito da conduta de agentes de segurança do Ricoy. Uma mulher negra denunciou à Polícia Civil, em abril, uma abordagem de seguranças do supermercado Ricoy que a fez "imaginar estar sendo assaltada".

O caso teria ocorrido em abril. A mulher prestou depoimento ao 98º Distrito Policial, do Jardim Miriam, zona Sul de São Paulo.

A abordagem ocorreu, segundo a vítima, em uma unidade do Ricoy que fica na mesma avenida daquela em que o rapaz foi chicoteado. A rede tem duas unidades na mesma avenida, na Vila Joaniza, zona Sul de São Paulo.

"Um deles apontando arma de fogo, tirou as duas bolsas de suas mãos e passou a revistá-las; que decidiu retornar ao mercado para certificar-se que as duas pessoas que a abordaram era funcionários do local", consta no Boletim de Ocorrência.

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