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Segundo voo com repatriados do Líbano chega a São Paulo

Aeronave transportou 227 passageiros; até agora, operação do governo federal repatriou 456 pessoas

Agência o Globo
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Publicado em 8 de outubro de 2024 às 09h33.

Última atualização em 8 de outubro de 2024 às 13h18.

O segundo voo com repatriados do Líbano chegou no início desta terça-feira, 8, na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos. A aeronave pousou às 6h58 com 227 passageiros e três animais de estimação. Cerca de 3 mil pessoas já pediram ajuda ao Itamaraty para deixar o país.

A aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), trouxe brasileiros resgatados da zona de conflito no Líbano. Em menos de três semanas, a campanha aérea de Israel no Líbano matou mais de 1.400 pessoas, feriu quase 7.500 e deslocou 1,5 milhão de pessoas. A investida contra líderes do grupo xiita libanês Hezbollah no país já é considerada a mais intensa fora da Faixa de Gaza em duas décadas, de acordo com o grupo britânico de monitoramento de conflitos Airwars.

Até agora, 456 pessoas foram repatriadas pela operação "Raízes do Cedro", do governo federal. No domingo, 6, já havia pousado em São Paulo o primeiro voo com resgatados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava na base área para receber os passageiros.

Durante um breve discurso no domingo, Lula acusou o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, de usar a guerra no Oriente Médio para permanecer no poder e se vingar dos palestinos.

"Vocês sabem que nós tivemos uma posição muito dura contra o ato do Hamas (...), mas também tivemos uma posição muito dura contra o comportamento do governo de Israel matando inocentes, matando mulheres, matando crianças, sem nenhum respeito pela vida humana. Que é uma forma que o premier de Israel, Netanyahu, encontrou para ficar no poder, é se vingar dos palestinos. Enquanto tiver um companheiro, seja brasileiro ou parente de brasileiro lá no Líbano, que quiser vir para o Brasil, a gente vai buscar. Porque nós não deixamos ninguém para trás", afirmou o presidente.

Operação de guerra

A operação de resgate dos brasileiros foi amarrada depois de diversos contatos diplomáticos. Durante viagem a Nova York em setembro para participar da Assembleia Geral da ONU, Lula conversou com autoridades sobre a necessidade de retirar os brasileiros da região e de um cessar-fogo.

O plano era de que o primeiro voo de repatriação decolasse na sexta-feira, mas o governo brasileiro decidiu adiar a programação por necessidade de "medidas adicionais de segurança para os comboios terrestres" que iriam até o aeroporto de Beirute, cuja região tem sido alvo de bombardeios.

O comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Damasceno, afirmou que a Força Aérea Brasileira (FAB) tem capacidade de trazer 500 pessoas por semana do Líbano. Ele ressaltou ainda que eventuais desistências serão substituídas para que os lugares sejam aproveitados.

A operação para retirar os brasileiros do Líbano usou a experiência recente do Brasil com a operação "Voltando em paz", que trouxe os brasileiros que estavam na Faixa de Gaza em meio à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A operação resgatou mais de 1.500 brasileiros em 11 voos, além de animais de estimação.

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