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Segunda denúncia deve atrapalhar reforma da Previdência, diz Jucá

O líder do PMDB no Senado criticou o autor da denúncia, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, ao dizer que ele tenta "atrapalhar o Brasil"

Jucá: "O conteúdo da denúncia é ridículo" (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Jucá: "O conteúdo da denúncia é ridículo" (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 15h31.

São Paulo - O senador Romero Jucá (PMDB-RR) criticou nesta quinta-feira, 21, em entrevista à TV Estadão o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Jucá afirmou que ele tenta "atrapalhar o Brasil". Também disse que a segunda denúncia feita contra o presidente Michel Temer "não tem pé nem cabeça" e vai prejudicar a tramitação da reforma da Previdência.

Jucá disse que a primeira denúncia foi feita por Janot "estranhamente" uma semana antes da votação da Previdência, em maio, e acabou atrapalhando a reforma.

Agora, corre-se novo risco de a tramitação da reforma ser prejudicada, segundo o senador. "É claro que isso será perturbado mais uma vez pela encaminhamento da segunda denúncia de Janot."

Na avaliação de Jucá, a segunda denúncia contra Temer deveria ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) rapidamente e lá teria parecer contrário.

"O conteúdo da denúncia é ridículo. Se já temos problemas com a delação da JBS na primeira denúncia, nessa segunda são delações de pessoas que, em tese, precisam ser comprovadas", disse ele, afirmando que é "absurdo" acusar um presidente da República sem que antes se comprove "minimamente" as denúncias.

O Brasil, disse Jucá, não pode "ficar preso à pauta negativa" que Janot deixou na sua despedida da Procuradoria-Geral da República. Para ele, os partidos e aliados do governo têm consciência da "inépcia" da segunda denúncia.

A oposição, disse ele, não tem hoje os 342 votos necessários para aceitar a denúncia.

Previdência

Na entrevista, Jucá ressaltou que a reforma da Previdência não é necessária apenas para o governo de Michel Temer.

"É fundamental terminar de votar a reforma", disse ele, destacando que se o texto não for votado, o próximo presidente terá problema fiscal grave.

"Vai ser difícil governar", afirmou. Para o senador, a reforma da Previdência vai garantir a aposentadoria "de hoje e de amanhã", o equilíbrios das contas públicas e impedir que o Brasil quebre.

Indicadores da economia estão melhorando, ressaltou Jucá na entrevista, graças ao avanço de outras reformas, como a trabalhista.

Por isso é fundamental seguir com a agenda de mudanças. O senador mencionou a queda do desemprego, da inflação e dos juros, além de melhora da arrecadação e do Produto Interno Bruto (PIB), que no ano que vem deve se acelerar.

Ao ser questionado das razões de essa melhora da economia não se traduzir em aumento da popularidade de Temer, Jucá respondeu:

"Essa impopularidade se dá, primeiro, pela falta de boa comunicação do governo, e depois pela distorção do processo de debate e pelo tipo de acusação que faz individualmente e mais fortemente a PGR, o Janot e a Rede Globo. Temos uma tempestade perfeita para tentar atingir o governo."

O senador afirmou ainda não ter preocupação de denúncias de corrupção contra ele. "Eu não tenho nenhum tipo de temor, nenhum tipo de culpa", disse, ressaltando que não parou de trabalhar nenhum dia.

"Se eu tivesse alguma culpa no cartório eu estaria como líder do PMDB comprando as brigas que estou comprando? Eu estaria embaixo da cama."

Sobre o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso na Operação Lava Jato, Jucá disse que o caso não é questão do governo, mas do próprio Geddel.

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