Brasil

Secretário defende transformar Força Nacional em guarda permanente

Proposta significa converter a atual tropa de "pronta-resposta" por uma força militar integrada por efetivo próprio

Força Nacional em operação em Fortaleza (José Cruz/Agência Brasil)

Força Nacional em operação em Fortaleza (José Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de abril de 2019 às 18h37.

O secretário nacional de Segurança Pública, Guilherme Theophilo, disse hoje (23) que pretende transformar a Força Nacional em uma guarda nacional de segurança pública. Já defendida em governos anteriores, a proposta significa converter a atual tropa de "pronta-resposta", formada por profissionais temporariamente cedidos pelos governos estaduais, em uma força militar integrada por efetivo próprio e permanente.

"Eu pretendo que a nossa Força Nacional seja uma guarda nacional de segurança pública institucionalizada, como existe em outros países", disse o secretário esta manhã, durante cerimônia de assinatura de um acordo de cooperação com o Conselho Nacional dos Institutos Federais de Educação (Conif), com o objetivo de viabilizar a realização de cursos de formação e capacitação de agentes de segurança pública em todo o país.

Segundo Thephilo, o caráter federativo da Força Nacional, dependente de que estados e o Distrito Federal cedam policiais militares e civis, bombeiros e peritos para a formação da tropa não atende à demanda.

"Tenho uma demanda que vocês não imaginam. Todo mundo malha a Força Nacional, mas tem estado esperando para a gente atuar lá", comentou o secretário, lembrando que, há poucos dias, o Ministério da Justiça autorizou o emprego do efetivo para reforçar a segurança na Esplanada dos Ministérios por 33 dias a partir da última quarta-feira (17).

Na portaria ministerial que avaliza o uso da Força Nacional na Esplanada, o Ministério justificava a medida apontando a necessidade de "preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, além da defesa dos bens da União, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília". Hoje, o secretário confirmou que a medida se deve à previsão de realização de atos e eventos organizados por diferentes movimentos sociais, tais como a 15ª edição do Acampamento Terra Livre, que é organizado pelo movimento indígena e começou hoje, na Esplanada. E o chamado Abril Vermelho, realizado em todo o país, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), para cobrar a Reforma Agrária, entre outras reivindicações.

"Agora vai ter o Abril Vermelho e temos que fazer a segurança na Esplanada", declarou o secretário, voltando a destacar a necessidade de um efetivo permanente. "Todos os presídios federais estão pedindo [a presença da tropa federativa]. Temos toda a fronteira necessitando da presença da Força Nacional. Não dá mais para ficar assim. Vamos institucionalizar; criar a carreira de segurança pública", acrescentou o secretário, dizendo estar "dependente" dos governos estaduais.

Criada em 2004 para apoiar o policiamento ostensivo em unidades da federação que peçam ajuda ao governo federal durante episódios de perturbação da ordem pública, a Força Nacional também pode atuar em situações de emergência e calamidades públicas, podendo, inclusive, cooperar com órgãos de segurança federais. Sediada em Brasília, a tropa é composta por policiais militares e civis, além de bombeiros e peritos cedidos pelos governos estaduais e do Distrito Federal por até dois anos. Durante este período, os profissionais selecionados por suas próprias instituições de origem passam por um curso de capacitação que inclui treinamento físico e aulas teóricas.

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroMilitaresSegurança pública

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp