Secretário de Defesa Social do PE é exonerado
Eduardo Campos aceitou pedido de exoneração de Wilson Damázio, após repercussão negativa de entrevista dada ao Jornal do Commercio
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 22h45.
Recife - O governador de Pernambuco , Eduardo Campos , aceitou nesta quinta-feira, 19, o pedido de exoneração do secretário de Defesa Social do Estado, Wilson Damázio, após repercussão negativa de entrevista dada ao Jornal do Commercio.
Na reportagem consta que, questionado sobre a semelhança dos casos de abuso sexual praticados por policiais do programa Patrulha do Bairro contra adolescentes marginalizadas com o escândalo da Ronda do Quarteirão, no Ceará, em que câmeras dos próprios carros flagraram policiais praticando sexo dentro das viaturas, o secretário teria afirmado que "o policial exerce um fascínio no dito sexo frágil. Eu não sei por que é que mulher gosta tanto de farda".
Na mesma entrevista - publicada numa série em que a jornalista acompanhou o cotidiano de adolescentes envolvidas com drogas e prostituição, fazendo um link com o livro Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre - Wilson Damázio, segundo consta na matéria, aponta uma situação em que policiais foram presos após explorar sexualmente uma prostituta e credita a atitude a um desvio de conduta.
"Quer dizer: desvio de conduta a gente tem em todo lugar. Tem na casa da gente, tem um irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu? Lógico que a homossexualidade não quer dizer bandidagem, mas foge ao padrão de comportamento da família brasileira tradicional", prossegue.
Durante todo o dia, movimentos sociais repercutiram a atitude do secretário, como a União Brasileira de Mulheres - Pernambuco (UBM), que, em nota, afirmou tratar-se de violência a opinião expressa na matéria.
"O reconhecimento dos direitos políticos e sociais das mulheres e dos homossexuais constituem, atualmente, uma condição para a democracia. E nenhum agente público que desconheça esses direitos pode ser considerado apto a integrar a estrutura de um Estado que, a priori, deveria ser o promotor desses direitos".
Na tarde desta quinta-feira, Damázio manifestou-se em nota, colocando seu cargo à disposição do governador Eduardo Campos. Em seu manifesto, ele afirmou que as palavras dispostas na reportagem não representam suas ideias, história de vida ou o governo do Estado.
"Dirijo-me à sociedade pernambucana para declarar que as mesmas não constituem meu pensamento nem minha visão do mundo, razão pela qual repilo os termos e peço desculpas a todos aqueles que porventura tenham se sentido ofendidos".
O governador Eduardo Campos aceitou o pedido de exoneração do secretário de Defesa Social. Em nota enviada pela gerência de imprensa do Estado, consta que "ele (o governador) se reuniu nesta quinta-feira (19/12) com o secretário (Wilson Damázio), agradeceu pelos bons serviços prestados e designou o delegado federal Alessandro Carvalho para responder pela pasta. Campos enfatizou que o Pacto pela Vida seguirá seu desenvolvimento pautado em valores, "como política de Estado que é, acima de pessoas e acima de governos".
Recife - O governador de Pernambuco , Eduardo Campos , aceitou nesta quinta-feira, 19, o pedido de exoneração do secretário de Defesa Social do Estado, Wilson Damázio, após repercussão negativa de entrevista dada ao Jornal do Commercio.
Na reportagem consta que, questionado sobre a semelhança dos casos de abuso sexual praticados por policiais do programa Patrulha do Bairro contra adolescentes marginalizadas com o escândalo da Ronda do Quarteirão, no Ceará, em que câmeras dos próprios carros flagraram policiais praticando sexo dentro das viaturas, o secretário teria afirmado que "o policial exerce um fascínio no dito sexo frágil. Eu não sei por que é que mulher gosta tanto de farda".
Na mesma entrevista - publicada numa série em que a jornalista acompanhou o cotidiano de adolescentes envolvidas com drogas e prostituição, fazendo um link com o livro Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre - Wilson Damázio, segundo consta na matéria, aponta uma situação em que policiais foram presos após explorar sexualmente uma prostituta e credita a atitude a um desvio de conduta.
"Quer dizer: desvio de conduta a gente tem em todo lugar. Tem na casa da gente, tem um irmão que é homossexual, tem outro que é ladrão, entendeu? Lógico que a homossexualidade não quer dizer bandidagem, mas foge ao padrão de comportamento da família brasileira tradicional", prossegue.
Durante todo o dia, movimentos sociais repercutiram a atitude do secretário, como a União Brasileira de Mulheres - Pernambuco (UBM), que, em nota, afirmou tratar-se de violência a opinião expressa na matéria.
"O reconhecimento dos direitos políticos e sociais das mulheres e dos homossexuais constituem, atualmente, uma condição para a democracia. E nenhum agente público que desconheça esses direitos pode ser considerado apto a integrar a estrutura de um Estado que, a priori, deveria ser o promotor desses direitos".
Na tarde desta quinta-feira, Damázio manifestou-se em nota, colocando seu cargo à disposição do governador Eduardo Campos. Em seu manifesto, ele afirmou que as palavras dispostas na reportagem não representam suas ideias, história de vida ou o governo do Estado.
"Dirijo-me à sociedade pernambucana para declarar que as mesmas não constituem meu pensamento nem minha visão do mundo, razão pela qual repilo os termos e peço desculpas a todos aqueles que porventura tenham se sentido ofendidos".
O governador Eduardo Campos aceitou o pedido de exoneração do secretário de Defesa Social. Em nota enviada pela gerência de imprensa do Estado, consta que "ele (o governador) se reuniu nesta quinta-feira (19/12) com o secretário (Wilson Damázio), agradeceu pelos bons serviços prestados e designou o delegado federal Alessandro Carvalho para responder pela pasta. Campos enfatizou que o Pacto pela Vida seguirá seu desenvolvimento pautado em valores, "como política de Estado que é, acima de pessoas e acima de governos".