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'Se eu estivesse coordenando a pandemia, menos morreriam', diz Bolsonaro

Falta de direcionamento do governo federal na atuação contra a covid-19 é investigada por CPI no Senado

Jair Bolsonaro. (Reprodução/AFP)

Jair Bolsonaro. (Reprodução/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de julho de 2021 às 19h37.

O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado, 24, que menos pessoas teriam morrido vítimas da covid-19 caso ele estivesse na coordenação das ações de enfrentamento à pandemia. "Se eu estivesse coordenando a pandemia, não teria morrido tanta gente" disse Bolsonaro, para logo em seguida defender o chamado "tratamento inicial" (o tratamento precoce, como era chamado) e uso de medicamentos off label - quando o remédio é usado fora das recomendações da bula, como ocorreu com a cloroquina.

Falta de coordenação

A falta de uma coordenação pelo governo federal para frear a covid-19 no Brasil e o incentivo de Bolsonaro ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada para a doença estão justamente entre as principais vertentes de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Senado. A demora para a vacinação adquirir ritmo no Brasil e a aposta em tratamentos ineficazes estão entre as causas apontadas para o País ter quase 550 mil mortos pela doença, dizem especialistas em saúde.

Bolsonaro e seu entorno costumam dizer que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a competência dos Estados para decidir medidas de contenção do vírus teria limitado a atuação do governo federal. O entendimento do STF, no entanto, é de que todos - União, Estados e municípios - são responsáveis por esse enfrentamento.

"Quando você fala em tratamento inicial, a obrigação do médico é buscar minimizar o sofrimento da pessoa. E o tratamento off label. Uma parte considerável de remédios foram descobertos por acaso", disse o presidente a apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada.

Bolsonaro ainda criticou medidas que, na prática, visam a ampliar a cobertura de vacinados no Brasil. Ele citou as decisões da Justiça trabalhista que reconheceram demissão por justa causa de funcionários que não quiserem receber o imunizante.

"Eu pergunto pra vocês, qual país do mundo faz acompanhamento de quem tomou vacina? Tem gente que está sofrendo efeito colateral, e o que está acontecendo? A Coronavac ainda é experimental e tem gente que quer tornar obrigatória. Como tem juízes do trabalho que estão aceitando demissão justa causa de quem não quer tomar vacina. Eu falei no ano passado: 'no que depender de mim a vacina é facultativa'. Me acusam de negacionista", afirmou.

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