'Se dependesse do governo, desigualdade de gênero acabaria com decreto', diz Lula
O presidente ressaltou que as mulheres querem igualdade, e, não, superioridade e que o respeito é valor inegociável em todas as esferas do Executivo
Agência de notícias
Publicado em 8 de março de 2023 às 13h59.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 8, em cerimônia de assinatura de medidas para as mulheres, que se dependesse do governo dele, a desigualdade de gênero acabaria por um simples decreto do presidente. "São muitas as formas de violência contra as mulheres e é dever do Estado enfrentar cada uma delas", afirmou Lula.
"Nada justifica a desigualdade de gênero, a medicina não explica a biologia não explica, a anatomia não explica. Talvez a explicação esteja no receio dos homens de serem superados pelas mulheres, é isso que não faz sentido algum", afirmou.
O presidente ressaltou que as mulheres querem igualdade, e, não, superioridade e queo respeito é valor inegociável em todas as esferas do Executivo.
Dilma
No evento, Lula admitiu que "faltam mais mulheres participando do governo". Ele afirmou que esse processo "vai avançando na medida em que a sociedade vai avançando e conquistando espaço", mas destacou houve um "retrocesso muito grande" com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016. Ao elogiar Dilma, Lula disse que "quando falamos do enfrentamento à ditadura, é importante lembrar de Dilma Rousseff".
Obrigatoriedade é a palavra mágica do PL sobre igualdade salarial
Para Lula, a obrigatoriedade do PL que estabelece a igualdade salarial entre homens e mulheres que exerçam a mesma função no trabalho vai mudar a perspectiva da sociedade brasileira. "Vai ter muita gente que não vai querer pagar, mas por isso a Justiça tem que funcionar para obrigar o empresário a pagar", disse durante evento realizado no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia da Mulher.
Ele anunciou um pacote de medidas focadas no público feminino como forma de "colocar fim à barbárie".
O PL é um compromisso assumido durante a campanha eleitoral presidencial. A medida foi, inclusive, uma das condicionantes determinantes para que a então candidata Simone Tebet apoiasse Lula no segundo turno contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula afirmou que aceitar que a mulher ganhe menos que o homem significa perpetuar uma violência histórica contra o público feminino. Ele defendeu a igualdade de gênero e, em comparação com a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que é necessário o respeito às mulheres "que faltou no governo anterior".
"Comemorando (8 de março) com o respeito que elas exigem, respeito em todos os espaços (...) Respeito que lutamos para construir quando governamos este País. Respeito que faltou no governo anterior quando optou pela destruição de políticas públicas, cortou recursos orçamentários essenciais", disse ele durante o evento.
O presidente afirmou que Bolsonaro estimulou de forma velada violência contra o público feminino e que, hoje, estatísticas mostram que todos os dias três brasileiras são assassinadas pelo simples fato de serem mulheres. "Houve um tempo em que o 8 de março era comemorado com distribuição de flores para mulheres, enquanto os outros 364 dos dias do ano eram marcados pelo machismo e violência", avaliou.