Coronavírus no Brasil: inicialmente, pico da pandemia era previsto para o fim de abril, mas números de casos continua crescendo (NurPhoto/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de maio de 2020 às 19h27.
Última atualização em 5 de maio de 2020 às 19h38.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, disse que ainda não há informações disponíveis para afirmar quando, efetivamente, ocorrerá o pico dos casos de contaminação e mortes pela covid-19 nos cinco Estados mais afetados pela doença no País: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Amazonas.
Questionado sobre o assunto, Oliveira disse que a curva de crescimento de casos aponta que o comportamento do vírus tem variado entre esses Estados e que a única informação que pode garantir hoje é que o período mais crítico da doença será conhecido entre maio, junho e julho.
"Quando nós avaliamos o número de óbitos, é uma conclusão de duas, três semanas atrás. A situação no Amazonas, Ceará e Pernambuco segue uma tendência de padrão muito similar, de doenças respiratórias nessas regiões", disse Oliveira. "São Paulo e Rio já apresentam padrões mais distintos. Não posso dizer quando seria o pico da pandemia", comentou.
Até março, o Ministério da Saúde afirmava que o País se prepara para um pico da doença entre o fim de abril e o início de maio. O fato é que esse período chegou e os casos e mortes estão em franco crescimento. Estados como Maranhão e Pará, que não figuram entre os cinco mais afetados, estão com medidas de fechamento total (lockdown) em andamento. Os Estados mais afetados estão ampliando suas medidas de restrição de circulação de pessoas.
"Ainda não dá para dizer quando chegaria o pico da crise. O isolamento social reduz a curva de casos. Ainda não sabemos em que data exata isso ocorrerá. O que posso dizer é que será entre maio, junho e julho, não tenho duvida", disse.
O Ministério disse que ainda aguarda o envio dos resultados de cerca de 100 mil testes de Covid-19 realizados por laboratórios particulares de todo o país, o que pode impactar enormemente no número de casos confirmados da doença.
Até o momento, o Brasil tem 114.715 casos confirmados do novo coronavírus, de acordo com dados divulgados nesta terça pelo ministério, com 7.921 óbitos.
O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira, disse que não é possível estimar quantos dos cerca de 100 mil testes ainda não enviados ao ministério terão resultado positivo.
Wanderson informou ainda que o governo federal já enviou aos Estados 1,6 milhão de testes moleculares e mais 3,4 milhões de testes rápidos.