Uber: "O transporte público individual só pode ser feito pelo taxi", afirmou Tatto durante seu encontro com representantes do sindicato de taxistas (Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2015 às 15h50.
São Paulo - São Paulo anunciou nesta quarta-feira que recorrerá à Polícia Militar para impedir o serviço do Uber, o aplicativo que põe em contato passageiros e motoristas privados, depois de a Câmara Municipal aprovar em primeira votação a proibição ao uso do recurso.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, assinalou hoje ao instalar a Câmara Temática do Serviço de Táxi que o Uber exerce funções de forma "clandestina" e "criminosa".
"O transporte público individual só pode ser feito pelo taxi", recalcou Tatto durante seu encontro com representantes do sindicato de taxistas e um dia depois de os vereadores votarem a favor do veto ao aplicativo em São Paulo.
Tatto acrescentou que seu escritório pedirá ajuda da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana para controlar o uso do Uber e investigar também a eventual evasão fiscal e o envio ilegal de remessas ao exterior que podem acontecer em decorrência do uso do serviço.
Atualmente, explicou o secretário, 50 fiscais trabalham para combater as irregularidades do transporte público em São Paulo.
O projeto de lei que proíbe o uso de automóveis particulares neste tipo de aplicativos para o transporte remunerado de pessoas ainda deverá passar por uma segunda votação no plenário e pela sanção do prefeito paulistano, Fernando Haddad.
Na primeira votação, 48 vereadores se posicionaram a favor da proibição e um contra.
Se a medida entra em vigor, será proibido também o uso do aplicativo em estabelecimentos comerciais atualmente conveniados ao Uber, e seu descumprimento pode ser punido com multa de R$ 1.700 e retenção do veículo.
Em maio, após uma série de protestos dos taxistas, que bloquearam importantes avenidas da cidade, a justiça determinou a proibição do Uber em São Paulo, mas após um recurso apresentado pela empresa voltou a autorizar seu uso.
Através de sua Assessoria de Imprensa, a Uber disse à Agência Efe que mais de 200 mil e-mails foram enviados pelos usuários aos vereadores para protestar contra o veto, e que o aplicativo "continua operando normalmente, porque o projeto de lei ainda não está em vigor".
"O Uber defende que os usuários tenham o direito de escolher o modo como desejam se mover pela cidade", apontou a companhia, que lembrou que "a inovação é crucial" para enfrentar problemas de mobilidade como os de São Paulo.