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São Paulo libera 2ª dose da Pfizer a grávidas que tomaram AstraZeneca

A decisão do governo de São Paulo contraria a recomendação do Ministério da Saúde de utilizar o mesmo imunizante aplicado na primeira dose

Grávidas se vacinam contra a covid-19. (Carla Carniel/Reuters)

Grávidas se vacinam contra a covid-19. (Carla Carniel/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de julho de 2021 às 16h29.

Gestantes e puérperas do estado de São Paulo que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca vão tomar a segunda dose com o imunizante da Pfizer. A informação foi dada hoje (21) pelo governo de São Paulo.

“A medida passa a valer a partir desta sexta-feira, dia 23, e é válida a todas as gestantes e puérperas que tomaram primeira dose da AstraZeneca e que poderão tomar a segunda dose da Pfizer”, disse Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo.

A decisão do governo de São Paulo contraria a recomendação do Ministério da Saúde de utilizar o mesmo imunizante aplicado na primeira dose e esperar o prazo de 45 dias após o parto para que a segunda dose seja aplicada. O Ministério da Saúde também recomendou que a vacinação de grávidas e puérperas não seja mais feita com o imunizante da AstraZeneca, mas com os da Pfizer e do Instituto Butantan (Sinovac/CoronaVac).

Segundo o governo paulista, a decisão em adiantar a imunização das gestantes e não esperar os 45 dias após o parto para a aplicação da segunda dose se deve principalmente pelo avanço dos casos da variante delta, que é mais transmissível e tem provocado um grande aumento no número de casos em diversos países. Até o momento, o governo paulista confirma nove casos de transmissão comunitária dessa variante no estado de São Paulo. Estudos têm demonstrado que uma pessoa só estará protegida contra a variante delta se tiver tomado as duas doses da vacina.

"Temos que fazer uma análise de risco. Neste momento, a mortalidade por covid-19 é muito superior a qualquer risco que poderia acontecer com a vacina. Um risco teórico, já que o risco evidente a gente não tem. Agora, temos a certeza que deixar essas mulheres desprotegidas por um período de até 10 meses seria uma incoerência muito grande", disse Rossana Pulcineli, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp). “É importante que a gente leve em consideração que estamos começando a ter a variante delta no nosso país e também no nosso estado, ainda que com número pequeno. Já existem evidências de que uma dose só da vacina não protege contra a variante delta. Então é muito importante que todas as gestantes e médicos saibam da necessidade de que esse esquema [vacinal] seja completo”, disse.

De acordo com o governo de São Paulo, tomar doses diferentes de imunizantes está embasada em estudos que demonstraram boa proteção com a chamada “intercambialidade” de vacinas desses dois laboratórios e está em conformidade com recomendações da Sogesp, da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações (CPAI) e do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo.

“Existem já alguns estudos iniciais da utilização da vacina da AstraZeneca e posteriormente a segunda dose com a vacina da Pfizer onde foi observado que a imunidade era garantida com a segunda dose da vacina e que não havia aumento de efeitos adversos importantes”, disse Rossana.

A medida deve beneficiar 8,8 mil grávidas e puérperas do estado que, em maio, receberam a primeira dose da AstraZeneca. Segundo o governo de São Paulo, 229 mil grávidas e puérperas iniciaram o esquema vacinal no estado e 34,6 mil já estão completamente imunizadas.

“A gente pede que essas gestantes que tomaram a primeira dose da AstraZeneca verifiquem seu cartão vacinal. Então, procure a unidade básica de saúde, de preferência onde já tomou a sua primeira dose para, no prazo, tomar a segunda dose da vacina da Pfizer”, disse Regiane de Paula, coordenadora geral do PEI (Plano Estadual de Imunização).

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