Repórter
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 11h21.
Última atualização em 10 de dezembro de 2025 às 11h43.
O salário mínimo para 2026 foi confirmado em R$ 1.621,00. A informação é do Ministério do Planejamento e Orçamento. Atualmente, o valor está fixado em R$ 1.518,00.
O novo valor entrará em vigor a partir de janeiro do próximo ano.
O salário mínimo em 2026 terá um reajuste de 6,9%, calculado com base na inflação acumulada até novembro de 2025 e com limitação de ganho real de até 2,5%, conforme estabelece a nova regra fiscal. No projeto de Lei Orçamentária que o governo enviou ao Congresso, era previsto um mínimo de R$ 1.630. Entretanto, considerando que a inflação do período foi menor do que estimado pelo governo, o valor foi reduzido.
Apesar de o PIB de 2024 ter crescido 3,4%, a Lei Complementar aprovada em dezembro do ano passado determina que o aumento real do salário mínimo — ou seja, acima da inflação — não pode ultrapassar 2,5%.
O governo utiliza uma combinação de fatores para calcular o valor do salário mínimo. Os principais critérios incluem:
O processo de definição do salário mínimo envolve várias etapas:
O aumento do salário mínimo gera impacto direto sobre os gastos obrigatórios do governo federal, como:
Segundo estimativas oficiais, cada R$ 1 de aumento no mínimo representa um gasto adicional de R$ 420 milhões em 2026. Com um aumento de R$ 105, o impacto será de aproximadamente R$ 43,2 bilhões nas despesas obrigatórias.
Esses gastos pressionam o espaço disponível para despesas discricionárias, como investimentos e programas sociais, afetando a execução do orçamento federal.
Com o aumento contínuo das despesas obrigatórias, alguns economistas defendem que o piso dos benefícios previdenciários deixe de ser vinculado ao salário mínimo e volte a ser corrigido apenas pela inflação, como foi durante o governo Bolsonaro. Essa proposta, no entanto, enfrenta resistência por reduzir o poder de compra de milhões de beneficiários.
De acordo com o Dieese, o salário mínimo serve como referência para 59,9 milhões de pessoas no Brasil, incluindo trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais.
Além disso, o aumento do mínimo afeta indiretamente o salário médio da economia e o poder de compra das camadas mais vulneráveis da população.