Jaques Wagner e Dilma: o ministro informou que até sexta deve haver novidades sobre o que chamou de repactuação (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2016 às 19h47.
Brasília - O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, disse hoje (29) que pelo Palácio do Planalto recebeu com naturalidade a notícia do rompimento do PMDB com o governo.
Para o ministro, o anúncio chega em "boa hora" e abre a oportunidade de "repactuar" o governo com outras forças políticas.
Segundo ele, ao mesmo tempo em que perde um "parceiro importante", a presidente Dilma Rousseff já promove conversas no sentido de abrir espaço para novos aliados.
Nesta terça-feira (29), o Diretório Nacional do PMDB decidiu deixar a base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff e anunciou que os ministros do partido deverão deixar os cargos.
Ontem (28), Henrique Eduardo Alves, que ocupava uma das sete pastas do partido no governo, deixou o comando do Ministério do Turismo.
Jaques Wagner informou que a presidente terá uma reunião nesta noite com o núcleo duro do seu governo, da qual poderá participar o ex-presidente da República e indicado para chefiar a Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, e que até sexta-feira (1º) deve haver novidades sobre o que chamou de repactuação.
Segundo Wagner, a agenda do governo nesta nova fase será conquistar votos para conseguir barrar o processo de impeachment que tramita no Congresso Nacional contra Dilma, classificado por ele de golpe.
"Impeachment sem causa é golpe", disse. Sobre quais ministros da legenda devem permanecer no governo, Jaques Wagner disse que não sabe ainda, e que a presidente não conversou com ele após a decisão do PMDB.
"Ela está analisando a decisão. Para nós, o que interessa é que abriu um espaço de repactuação. Alguns falam em nova fase do governo, em que sai um aliado longa data. Acho que foi bom que [o PMDB] tomasse [a decisão] antes da votação [do processo de impeachment]. Dá oportunidade para a presidente Dilma repactuar o governo, não apenas para a votação que aproxima, mas para os dois anos e nove meses que restam [de mandato da presidente]", afirmou.