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Sabesp se prepara para cenário de chuvas até 20% pior

A afirmação foi feita pelo presidente da companhia


	Trabalhador da Sabesp caminha no chão rachado de represa: 2014 é considerado o pior ano da série histórica
 (Nacho Doce/Reuters)

Trabalhador da Sabesp caminha no chão rachado de represa: 2014 é considerado o pior ano da série histórica (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 14h49.

São Paulo - O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou nesta quarta-feira, 13, que a companhia de saneamento que atende São Paulo não prevê a necessidade de um racionamento de água em 2015, mesmo diante de um cenário mais adverso de chuvas do que aquele visto no ano passado.

A Sabesp trabalha hoje, segundo Kelman, com a possibilidade de o volume de chuvas deste ano ser até 20% inferior ao nível de 2014, considerado o pior ano da série histórica.

"Não contamos com a sorte. A Sabesp conta hoje com pouca água vindo de São Pedro e está preparada para qualquer situação. O cenário que trabalhamos hoje é com uma possibilidade de vazão extremamente baixa, equivalente a 80% do que foi o ano passado. É um cenário conservador", afirmou Kelman.

O presidente da Sabesp participou hoje de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sabesp, instalada na Câmara Municipal de São Paulo desde o ano passado.

"Adotamos um cenário conservador para tomar as decisões. Imaginamos que São Pedro vai nos castigar mais ainda (em 2015), portanto ninguém está contando com a boa vontade de São Pedro. E se ele se portar de forma mais camarada, serão apenas vantagens", disse.

Kelman não revelou se há um limite mínimo do reservatório de Cantareira para que seja anunciado um racionamento de abastecimento.

Ao garantir que a Sabesp não adotará rodízio de água em 2015, Kelman destacou a importância de a população continuar economizando e de o cronograma das obras em curso ser cumprido.

Segundo ele, o principal projeto deste ano, que é a interligação da representa Billings com o sistema Alto Tietê, estará concluído em setembro, conforme o cronograma mais recente.

"Não teremos rodízio se a população continuar economizando e se concluirmos, como estamos fazendo, as obras de reforço dentro do cronograma estimado", disse Kelman.

O presidente da Sabesp também comentou sobre um relatório elaborado internamente que aponta um cenário mais adverso, o qual pode exigir da companhia a prioridade de abastecimento a locais como hospitais, centros de hemodiálise e presídios.

"O relatório se prepara para uma situação que não deve ocorrer. Mas é obrigação das autoridades, mesmo diante de hipótese remotíssima, estarem preparadas para (atender) uma centena de pontos de interesse maior da sociedade", justificou Kelman após participar da CPI da Sabesp.

Otimismo

Kelman destacou que, diante das previsões atuais, a Sabesp não prevê a utilização de novos volumes mortos no sistema Cantareira, embora tais medidas sejam "fisicamente possíveis".

O presidente da Sabesp também descartou a possibilidade de a empresa adotar novas medidas punitivas aos consumidores que não tenham reduzido o uso de água.

O executivo foi convidado pela CPI para explicar o reajuste de 15,24% na tarifa a ser praticada pela companhia. Os novos preços devem entrar em vigor a partir de junho.

Esta será a segunda vez em que Kelman, presidente da Sabesp desde janeiro passado, será ouvido na CPI da Sabesp. A primeira ocorreu em fevereiro passado.

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