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Sabesp está livre para ser a maior plataforma de saneamento do mundo, diz Tarcísio após privatização

Governador reforçou que a privatização vai garantir a universalização do saneamento em São Paulo em 2029

Privatização da Sabesp: o governo concluiu o processo de privatização da empresa (Mônica Andrade/Governo do Estado de SP/Flickr)

Privatização da Sabesp: o governo concluiu o processo de privatização da empresa (Mônica Andrade/Governo do Estado de SP/Flickr)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 23 de julho de 2024 às 11h35.

Última atualização em 23 de julho de 2024 às 11h43.

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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta terça-feira, 23, que a Sabesp está "livre para ser a maior plataforma de saneamento do mundo" após a conclusão do processo de privatização da companhia. O processo, prometido pelo governador ainda no processo eleitoral de 2022, é a maior entrega de sua gestão até agora.

"A Sabesp está livre para encontrar a sua vocação, que é ser a maior plataforma de saneamento do mundo", afirmou o governador na B3, sede da bolsa de valores, no centro da cidade de São Paulo. "A revolução do saneamento chegou no estado de São Paulo. Ela está começando no dia de hoje", acrescentou.

No total, o governo captou R$ 14,8 bilhões por 32% das ações da empresa, R$ 4,8 bilhões a mais que o previsto inicialmente na Lei Orçamentária de 2024. Essa foi a maior oferta pública de 2024 no Brasil e a terceira maior no mundo. O governo vai seguir com 18,3% das ações da empresa.

Tarcísio disse ainda que o modelo escolhido de desestatização não encontra paralelo em nenhum outro lugar do mundo e é o "melhor da história".

"Podíamos ter escolhido diversas formas de fazer essa desestatização. E a Natália disse que escolhemos o caminho mais difícil, talvez, mas escolhemos o caminho mais consistente. Nós escolhemos o caminho que vai nos permitir deixar um legado", disse.

A Equatorial foi a única empresa que apresentou oferta para ser a acionista estratégica da Sabesp e comprou a fatia de 15% por R$ 6,9 bilhões, cerca de R$ 67 por ação, 10% abaixo do valor da companhia na bolsa na época.

A companhia vai ficar amarrada a um acordo de cinco anos com o estado, até 2030, que lhe dá o direito de indicar o CEO e o chairman da companhia. A Aegea, a outra companhia que mostrou interesse no processo, desistiu de apresentar a proposta durante o processo.

Os outros 17% das ações da Sabesp foram vendidos para investidores físicos e jurídicos na bolsa de valores. A oferta pública de ações da Sabesp foi conduzida pelos bancos coordenadores BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), Bank of America, Citi, UBS BB e Itaú BBA.

O chefe do Executivo paulista afirmou também que, com o aumento da eficiência e qualidade da empresa, a ação pode dobrar de valor.

"Não é nenhum exercício vão pensar que essa ação vai chegar a R$ 120. E quando chegar, os 18% vão estar valendo a mesma coisa que os 32%. Não há o que se questionar a vantajosidade disso para o estado de São Paulo", disse.

O governador reforçou, porém, que o mais importante nesse processo é o objetivo da universalização do saneamento no estado. "O mais importante é onde vamos chegar, quem vamos alcançar. É a garantia do direito social, é água para todos, é o saneamento para todos", concluiu.

Augusto Miranda da Paz Jr., CEO da Equatorial, empresa que será acionista da Sabesp, reafirmou o compromisso da nova Sabesp com a universalização do saneamento no estado de São Paulo em 2029 e prometeu que a empresa será uma grande plataforma de investimentos em saneamento em todo o Brasil.

"Vamos tornar a Sabesp ainda mais forte e prestar um serviço superimportante para a população com qualidade", disse Miranda da Paz Jr.

Como foi o processo de privatização da Sabesp?

O processo foi finalizado hoje com o toque da campainha na B3. Com a liquidação da oferta pública, realizada na última segunda-feira, 22, se encerra o processo, que foi iniciado em 28 de fevereiro de 2023, quando a Sabesp foi qualificada no Programa de Parcerias em Investimentos do Governo de São Paulo.

Cerca de 30% do valor captado será direcionado para o Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento Básico no Estado de São Paulo (FAUSP), que também vai receber dividendos pagos pela Sabesp ao governo do estado. O governo ainda não detalhou para quais programas do estado o restante do valor será direcionado.

Com a liquidação da oferta, o novo contrato de concessão, assinado em 24 de maio, após aprovação pela Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário Sudeste (Urae-1), entra em vigor. Também nesta terça-feira passa a valer a tarifa meta com a desestatização. O valor vai ser 10% mais barato para as tarifas social e de vulnerável, 1% mais baixo para o residencial e 0,5% para as demais categorias.

Também entram em vigor, com o novo contrato, a antecipação das metas de universalização de 2033 para 2029 e o Plano Regional de Saneamento Básico, que prevê investimentos de R$ 260 milhões até 2060, dos quais R$ 69 bilhões são aplicados até 2029 para levar água potável e tratamento e coleta de esgoto para toda a população de São Paulo.

Com a conclusão do processo de desestatização, a nova gestão da Sabesp assume a empresa após eleição do novo Conselho de Administração em assembleia geral de acionistas. Antes, a aquisição de 15% das ações da Sabesp pela Equatorial precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

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