RS propõe criação da lei de Responsabilidade Fiscal Estadual
Lei de Responsabilidade Fiscal, que já existe na legislação federal, seria agora complementada no RS com uma versão estadual
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2015 às 13h39.
Porto Alegre - O governo do Rio Grande do Sul entregou na quarta-feira, 03, à Assembleia Legislativa a primeira leva de projetos tratando de mudanças estruturais para melhorar a situação das finanças do Estado. O pacote com 14 medidas faz parte da segunda fase do ajuste promovido desde o início da gestão do governador José Ivo Sartori (PMDB). São 10 projetos de lei e uma emenda constitucional para apreciação do Parlamento, além de três decretos do Executivo para "melhoria de gestão e economia de recursos".
O principal destaque é a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que já existe na legislação federal e seria agora complementada no RS com uma versão estadual, com "normas para alcançar o equilíbrio financeiro, estabelecendo regras para a limitação do crescimento da despesa com pessoal e custeio para todos os poderes". O projeto foi encaminhado para discussão no Legislativo.
Outra medida divulgada é a prorrogação por mais 180 dias do decreto de 2 de janeiro, anunciado logo no começo da administração Sartori, que entre suspende a abertura de concursos públicos e reduz os gastos com viagens e diárias - o prazo inicial era de seis meses e acabava agora em junho.
Os demais projetos de lei apresentados são: revisão nos benefícios fiscais; mudança nas alíquotas do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD); proibição ao servidor público de incorporação de função gratificada; criação da Câmara de Conciliação de Precatórios; criação da Banrisul Seguradora; revisão nos fundos, permitindo que os saldos contábeis não utilizados revertam ao Tesouro do Estado; aproveitamento de policiais militares inativos; mudança nos critérios de promoção dos oficiais da Brigada Militar; e alocação de policiais estaduais com limitação de capacidade física ou mental para exercer atividades administrativas.
A emenda constitucional presente no pacote propõe a transformação da Licença Prêmio em Licença Capacitação Profissional. Ainda foram divulgados dois novos decretos: um irá promover a criação de um programa de reorganização, aperfeiçoamento e promoção da eficiência na administração pública estadual; e o outro determinará a divulgação nominal da remuneração dos servidores do Executivo.
Quando começou o mandato, em janeiro, a equipe de Sartori apontou uma previsão de déficit de R$ 5,4 bilhões em 2015. Desde então, vem promovendo cortes de gastos (em março, por exemplo, reduziu em média 20% do orçamento de todas as secretarias estaduais) e postergando o pagamento de fornecedores. Nos três últimos meses, o governo esteve perto parcelar os salários de parte dos servidores, mas nunca levou à medida adiante de fato. Em abril e maio, optou por atrasar o pagamento da parcela da dívida com a União, no valor de R$ 280 milhões, para poder honrar a folha do funcionalismo.
Antes de apresentar formalmente o pacote nesta quarta-feira, Sartori passou a manhã reunido com o secretariado para alinhar os projetos. Depois, teve encontro com deputados da base aliada, em busca de apoio para suas iniciativas. À tarde, o governador foi até a Assembleia para a cerimônia de entrega, quando fez um breve discurso e deu uma rápida entrevista - deixou para seus secretários a missão de explicar as medidas para a imprensa, como tem sido habitual.
"O mais importante é a criação de Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, que vai permitir um controle das atitudes de todo o governo. Isso vai permitir que o futuro seja diferente em relação ao papel que o governo deve ter com a sociedade", disse Sartori, na curtíssima entrevista que deu na saída da Assembleia. "Deveremos ter posteriormente outras fases (do ajuste promovido pelo governo)", acrescentou o governador, que vinha sendo criticado por demorar em apresentar à Assembleia as propostas de reestruturação da máquina pública.
Ao conversar com a imprensa para explicar o pacote, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, reforçou que essa é a segunda fase do "ajuste fiscal gaúcho" e que poderá haver tantas outras quanto for necessário. Questionado por jornalistas se uma das próximas etapas poderia incluir o aumento de impostos, ele explicou que existem várias opções a serem analisadas e que nenhuma delas pode ser descartada.
Porto Alegre - O governo do Rio Grande do Sul entregou na quarta-feira, 03, à Assembleia Legislativa a primeira leva de projetos tratando de mudanças estruturais para melhorar a situação das finanças do Estado. O pacote com 14 medidas faz parte da segunda fase do ajuste promovido desde o início da gestão do governador José Ivo Sartori (PMDB). São 10 projetos de lei e uma emenda constitucional para apreciação do Parlamento, além de três decretos do Executivo para "melhoria de gestão e economia de recursos".
O principal destaque é a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que já existe na legislação federal e seria agora complementada no RS com uma versão estadual, com "normas para alcançar o equilíbrio financeiro, estabelecendo regras para a limitação do crescimento da despesa com pessoal e custeio para todos os poderes". O projeto foi encaminhado para discussão no Legislativo.
Outra medida divulgada é a prorrogação por mais 180 dias do decreto de 2 de janeiro, anunciado logo no começo da administração Sartori, que entre suspende a abertura de concursos públicos e reduz os gastos com viagens e diárias - o prazo inicial era de seis meses e acabava agora em junho.
Os demais projetos de lei apresentados são: revisão nos benefícios fiscais; mudança nas alíquotas do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD); proibição ao servidor público de incorporação de função gratificada; criação da Câmara de Conciliação de Precatórios; criação da Banrisul Seguradora; revisão nos fundos, permitindo que os saldos contábeis não utilizados revertam ao Tesouro do Estado; aproveitamento de policiais militares inativos; mudança nos critérios de promoção dos oficiais da Brigada Militar; e alocação de policiais estaduais com limitação de capacidade física ou mental para exercer atividades administrativas.
A emenda constitucional presente no pacote propõe a transformação da Licença Prêmio em Licença Capacitação Profissional. Ainda foram divulgados dois novos decretos: um irá promover a criação de um programa de reorganização, aperfeiçoamento e promoção da eficiência na administração pública estadual; e o outro determinará a divulgação nominal da remuneração dos servidores do Executivo.
Quando começou o mandato, em janeiro, a equipe de Sartori apontou uma previsão de déficit de R$ 5,4 bilhões em 2015. Desde então, vem promovendo cortes de gastos (em março, por exemplo, reduziu em média 20% do orçamento de todas as secretarias estaduais) e postergando o pagamento de fornecedores. Nos três últimos meses, o governo esteve perto parcelar os salários de parte dos servidores, mas nunca levou à medida adiante de fato. Em abril e maio, optou por atrasar o pagamento da parcela da dívida com a União, no valor de R$ 280 milhões, para poder honrar a folha do funcionalismo.
Antes de apresentar formalmente o pacote nesta quarta-feira, Sartori passou a manhã reunido com o secretariado para alinhar os projetos. Depois, teve encontro com deputados da base aliada, em busca de apoio para suas iniciativas. À tarde, o governador foi até a Assembleia para a cerimônia de entrega, quando fez um breve discurso e deu uma rápida entrevista - deixou para seus secretários a missão de explicar as medidas para a imprensa, como tem sido habitual.
"O mais importante é a criação de Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, que vai permitir um controle das atitudes de todo o governo. Isso vai permitir que o futuro seja diferente em relação ao papel que o governo deve ter com a sociedade", disse Sartori, na curtíssima entrevista que deu na saída da Assembleia. "Deveremos ter posteriormente outras fases (do ajuste promovido pelo governo)", acrescentou o governador, que vinha sendo criticado por demorar em apresentar à Assembleia as propostas de reestruturação da máquina pública.
Ao conversar com a imprensa para explicar o pacote, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, reforçou que essa é a segunda fase do "ajuste fiscal gaúcho" e que poderá haver tantas outras quanto for necessário. Questionado por jornalistas se uma das próximas etapas poderia incluir o aumento de impostos, ele explicou que existem várias opções a serem analisadas e que nenhuma delas pode ser descartada.