Ronaldo Caiado vai questionar viagem de Dilma a São Bernardo
O senador pede a instauração de uma investigação sobre a viagem que Dilma fez no sábado a São Bernardo do Campo, para visitar o ex-presidente Lula
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2016 às 18h12.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 18h13.
Brasília - O líder DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), vai protocolar nesta segunda-feira (07) uma representação na Procuradoria-Geral da República contra a presidente Dilma Rousseff por improbidade administrativa.
No documento, o senador pede a instauração de uma investigação sobre a viagem que Dilma fez no sábado a São Bernardo do Campo, para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Caiado argumenta que a presidente e o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) , que também é do PT, utilizaram recursos públicos para uma atividade com fim político-partidário. Os dois estiveram com Lula um dia depois de ele ser alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato.
"É inadmissível que uma presidente use o aparato do Estado para fazer uma viagem de solidariedade a uma pessoa que está sendo investigada pela Justiça por crime de corrupção, sob a suspeita de ocultação de patrimônio", disse.
Para o senador, a postura de Dilma incentiva o clima de enfrentamento entre os grupos que apoiam e os que são contra o ex-presidente. "Isso mostra que ela não tem estatura nenhuma para ser presidente da República", afirmou.
Já o líder do partido na Câmara, Pauderney Avelino (DEM-AM) vai apresentar um requerimento na Câmara para pedir informações à Presidência da República e à Casa Civil sobre a viagem. "Queremos saber por que ela usou o avião e o helicóptero da Presidência para visitar o Lula", disse.
Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Silvio Costa (PTB-PE), ironizou a ofensiva do DEM. "Da próxima vez, eu vou sugerir que a presidente visite Lula de jumento, em homenagem a uma parte da oposição brasileira", disse.
O Palácio do Planalto disse que somente se manifestaria sobre o assunto depois de as ações serem protocoladas.
Auxiliares da presidente, porém, minimizaram a questão e afirmaram que a oposição só quer "fazer barulho", já que eles sabem que, por questão de segurança, qualquer deslocamento da presidente é feito com a estrutura do governo.