Ronaldinho: jogador é acusado de envolvimento com empresa acusada de pirâmide financeira (Vinicius Loures/Agência Câmara)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 31 de agosto de 2023 às 12h48.
Última atualização em 31 de agosto de 2023 às 12h49.
O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho negou nesta quinta-feira, 31, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras que seja fundador ou sócio da empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações LTDA.
“Eu nunca fui sócio da empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda. Os sócios de tal empresa são os senhores Rafael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. Eles utilizaram indevidamente meu nome para criar a razão social dessa empresa”, afirmou. Gaúcho está acompanhado de seu advogado e do irmão Roberto Assis. Assis foi ouvido pela comissão na última semana e também negou as acusações.
Os deputados confrontaram o ex-jogador ao exibir imagens de anúncios da empresa de criptomoedas investigada e que tinha a imagem de Ronaldinho. Ele reafirmou que, além de não ser dono da empresa, não autorizou o uso de seu nome e imagem e é vítima no caso. “Inclusive já fui ouvido pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na condição de testemunha”, disse.
O ex-jogador afirmou que assinou um contrato com a empresa americana 18k Watch Corporation, para a criação de uma linha de relógios com a imagem dele, e que, em julho de 2019, foi firmado contrato com a empresa brasileira 18k Watch Comércio Atacadista e Varejista de Negócios, de propriedade de Marcelo Lara, para uso de imagem para outros produtos além do relógio, mas esse contrato foi rescindido em outubro de 2019.
“Portanto, esse contrato nem sequer chegou a ser executado”, alegou. Segundo ele, chegou ao conhecimento do seu irmão, Roberto de Assis Moreira, que Marcelo estava usando indevidamente a imagem de Ronaldinho sem a sua autorização pela empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda, que fazia compra e venda de moedas bitcoins. “Nunca foi autorizado que essa empresa utilizasse meu nome e minha imagem”, reiterou.
Após novos questionamentos dos deputados, Ronaldinho se mante em silêncio. Na segunda-feira, 21, o ministro Edson Fachin atendeu a solicitação da defesa do ex-jogador de forma parcial e assegurou ao Ronaldinho o direito ao silêncio durante o depoimento.
Essa foi a terceira vez que a comissão convocou o ex-jogador. Nas duas primeiras oportunidades, ele não compareceu à CPI. Os parlamentares chegaram a levantar a possibilidade de solicitar uma condução coercitiva para Ronaldo. A condução é uma medida prevista na legislação penal e permite que autoridades conduzam pessoas, sob escolta policial, para obrigar seu comparecimento em uma audiência marcada.
Ele foi convocado para prestar depoimento na comissão por ser apontado como fundador e sócio-proprietário da 18K. A empresa é apontada pelo Ministério Público Federal como uma pirâmide financeira. Em 2020, Ronaldinho se tornou réu em uma ação coletiva, que pede R$ 300 milhões em prejuízos aos investidores.
No início da sessão de hoje, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), disse que o jogador foi convocado à CPI por ter usado sua credibilidade para levar milhares de brasileiros a investir suas economias em uma empresa que prometia lucro fácil, claramente uma pirâmide financeira – a empresa 18k.