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Enquanto Michel Temer viaja, a Procuradoria-Geral da República envia, nesta terça-feira, a delação premiada do doleiro Lúcio Funaro ao STF

Lúcio Funaro: delação do doleiro foi enviada ao Supremo e deve embasar segunda denúncia contra Michel Temer (Alexandre Schneider/VEJA)
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EXAME Hoje

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 06h58.

Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 07h46.

Rombos de julho

O déficit primário no mês de julho ficou em 20,1 bilhões de reais, o pior resultado das contas públicas no mês desde que a série passou a ser registrada em 1997. O resultado do mês, que engloba contas do Tesouro , da Previdência e do Banco Central, sucede um rombo registrado em junho de 19,2 bilhões. O resultado deste mês ficou bem acima das expectativas, com a mediana das análises esperando resultado de 18,2 bilhões de reais. O déficit fiscal dos últimos 12 meses já chega a 183,7 bilhões de reais. Em 2017, o rombo previsto era de 139 bilhões, mas o governo já enviou ao Congresso um pedido para que o número seja de 159 bilhões sem estourar o teto constitucional.

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PIB magro

O PIB provavelmente cresceu apenas 0,1% em relação aos três primeiros meses de 2017, com ajustes sazonais, de acordo com a mediana das projeções de 34 economistas, que foram de queda de 0,3% a alta de 0,7%. A pesquisa foi feita pela agência Reuters. Apesar disso, a retomada do consumo das famílias sugere que a recuperação econômica continua nos trilhos. O dado, divulgado oficialmente na sexta-feira, deve ficar longe do crescimento de 1% apurado no primeiro trimestre, quando a safra recorde de soja e as fortes exportações de automóveis ajudaram no resultado pontual.

Temer vai à China

O presidente Michel Temer viajou nesta terça-feira à China, onde participará da cúpula dos Brics, mas deixou gravado um vídeo dizendo, sem referências diretas, ter a “força necessária para resistir” à nova denúncia que será apresentada nos próximos dias pela Procuradoria-Geral da República. “Sabemos que tem gente que quer parar o Brasil, e esse desejo não tem limites”, disse o presidente. Sem dizer o nome de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, o peemedebista o acusa também de “semear a desordem nas instituições” em momento que “pede sobriedade, responsabilidade e paciência”. Temer diz ainda que os brasileiros estão desconfiados da política, pois “já sofreram muito e amargaram grandes decepções”. “Vai dar certo. Não vamos deixar que a agenda negativa venha abater o nosso ânimo”.

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Delação de Funaro

Enquanto Michel Temer viaja, a Procuradoria-Geral da República enviou nesta terça-feira a delação premiada do doleiro Lúcio Funaro ao Supremo Tribunal Federal, para homologação. O acerto foi firmado no último dia 22 de agosto e promete impactar a alta cúpula do PMDB. O conteúdo da colaboração, por enquanto, está sob sigilo de Justiça. As histórias relatadas por Funaro tem o potencial de implicar o presidente Michel Temer, inclusive confirmado os relatos do empresário Joesley Batista, do grupo J&F. O procurador-geral, Rodrigo Janot, deve usar as informações para embasar a nova denúncia contra Temer, que deve ser apresentada ao Supremo entre esta semana e a próxima. Para a homologação, juízes auxiliares do ministro e relator da Operação Lava-Jato, Edson Fachin, ouvirão o delator para confirmar que ele fechou o acordo por livre e espontânea vontade.

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Explique-se

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, pediu que o ministro Gilmar Mendes se manifeste sobre o pedido de impedimento de sua atuação em casos envolvendo Jacob Barata Filho, empresário de transporte coletivo no Rio de Janeiro, a quem concedeu habeas corpus. Barata Filho foi preso pela Operação Ponto Final, que apura esquema de corrupção envolvendo os contratos de transporte na gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Gilmar é relator do caso no Supremo e, segundo a procuradoria, padrinho de casamento da filha de Barata Filho. Ele nega ser suspeito e diz que apenas acompanhou sua esposa, Guiomar, ao evento — o noivo é sobrinho da advogada.  Caso a suspeição seja aceita, os atos do ministro serão considerados nulos.

Euro atinge valor de 1,20 dólar

A moeda europeia atingiu nesta quarta-feira seu maior valor desde 2015: 1,20 dólar. Segundo o Banco Central Europeu (BCE), o euro teve uma valorização de 2,5%, registrando um fortalecimento. Em entrevista ao jornal espanhol El País, a analista do banco de investimento Renta 4Banco, Natalia Aguirre, afirmou que a apreciação do euro está vinculada principalmente à política monetária do bloco europeu. Com a possível desaceleração dos estímulos fiscais do BCE, a valorização da moeda foi ainda mais acentuada. Do outro lado do Atlântico, o Banco Central dos Estados Unidos (Fed) observou com cautela a valorização e poderá adiar a alta da taxa de juro e a redução do balanço de ativos para tentar conter a desvalorização do dólar em relação à moeda europeia.

Embaixador do Sri Lanka acusado

O ex-general Jagath Jayasurya, embaixador do Sri Lanka no Brasil, foi denunciado na segunda-feira por crimes de guerras cometidos em 2009. Segundo grupos de direitos humanos, o ex-general foi responsável por comandar torturas e assassinatos em campos de concentração e hospitais durante a guerra civil no país, que durou 26 anos. Jayasurya não está mais no Brasil, e os oficiais de Justiça desconhecem seu paradeiro. O governo do Sri Lanka afirmou que desconhece as ações praticadas pelo ex-general durante o período de guerra civil e por isso se recusa a envolvê-lo em qualquer processo judicial.

Luisa Ortega faz novas acusações contra Maduro

A ex-procuradora venezuelana Luisa Ortega fez duas novas acusações contra o presidente Nicolás Maduro na segunda-feira 28. Prestes a entrar com uma queixa na Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, a ex-procuradora afirmou que o presidente venezuelano contratou pessoas para matá-la. Ainda de acordo com ela, Maduro teria desviado de 8 milhões a 10 milhões de dólares do Fisco (conjunto de órgãos públicos responsáveis pela arrecadação de impostos) para repassá-los à empresa Contextus Comunicação Corporativa, usada de fachada para uma “milionária trama de corrupção”. A ex-procuradora está na Costa Rica. Ela saiu da Venezuela no início deste mês após ser destituída de seu cargo pela Assembleia Constituinte venezuelana.

Colômbia reclama de invasão militar venezuelana

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia enviou na noite de segunda-feira uma carta à embaixada da Venezuela afirmando que as forças de segurança venezuelanas teriam atravessado a fronteira. Segundo o governo colombiano, um grupo de militares da Venezuela teria ido à província de La Guajira durante o fim de semana e roubado celulares e dinheiro dos moradores. Essa afirmação aumenta a já tensa situação entre os países, desde que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, uniu-se a outros países para criticar a postura do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. No início do mês, o governo venezuelano suspendeu a transmissão de duas estações de TV colombianas no país: a RCN e a Caracol Televisión. Além disso, na semana passada, o presidente colombiano, Juan Santos, ofereceu asilo político à ex-procuradora geral venezuelana Luisa Ortega, que foi destituída de seu cargo pela Assembleia Constituinte.

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