Rodoanel Norte terá cobrança por quilômetro rodado, sem pedágios
As praças serão substituídas por pórticos com sensores, e o pagamento se dá de forma automática por "tags" instaladas nos veículos
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de janeiro de 2022 às 08h49.
Última atualização em 29 de janeiro de 2022 às 08h51.
O governo do Estado de São Paulo publicou o edital de licitação da concessão patrocinada do trecho norte do Rodoanel Mário Covas no Diário Oficial desta sexta-feira, 28. Com parada em 2018, a retomada das obras deve ocorrer entre o fim deste ano e o início do próximo, conforme estimou João Octaviano Machado Neto, secretário estadual de Logística e Transportes, ao Estadão. A conclusão, que já foi prevista para 2016, deve ocorrer em 2025.
Quando as obras forem concluídas, a rodovia se tornará a primeira no País a ter cobrança de pedágio exclusivamente pelo sistema Free Flow (fluxo livre, em tradução livre), que calcula a tarifa por quilômetro rodado. As praças são substituídas por pórticos com sensores, e o pagamento se dá de forma automática por "tags" instaladas nos veículos ou voluntária em plataforma digital da concessionária.
No edital, o governo estadual destaca que a tarifa será de aproximadamente R$0,14 por quilômetro rodado. Considerando que o trecho tem 44 km de extensão, o valor a ser pago seria de cerca de R$6,40 para a travessia completa.
A escolha pelo Free Flow, conforme o secretário, visa à "justiça tarifária", pois o motorista paga apenas pelo trecho que circulou. Ele também avalia que o sistema propicia mais "agilidade", uma vez que não há necessidade de parar em uma praça para efetuar o pagamento da tarifa.
Lote único
A modelagem do edital traz outra novidade: desta vez, a concessão vai se dar em lote único para as seis partes a serem finalizadas. O trecho será cedido à iniciativa privada por 31 anos. O investimento do governo previsto na concessão é de R$ 3 bilhões. Desse total, R$1,7 bilhão será destinado para execução das obras remanescentes e início da operação.
O leilão está previsto para 27 de abril. A empresa vencedora da licitação, na modalidade de concorrência internacional, vai ter de concluir as obras físicas do trecho norte, ampliando a malha rodoviária, e será responsável por administrar, operar e fazer a manutenção da via. Conforme explicou Neto, após o leilão, há um prazo de cerca de 90 dias para que a assinatura dos contratos se efetive. Depois, a empresa terá seis meses para fazer uma verificação independente do trecho e apresentar o plano de obras.
A estimativa para a conclusão dos trechos 1, 2 e 3, que segundo o secretário "são os que mais têm necessidade de intervenção", é de mais ou menos 24 meses. As obras dos trechos 4, 5 e 6 devem levar por volta de 18 meses. "Então, isso nos coloca 36 meses a partir da assinatura do contrato."
Ambiente
O trecho norte é o último pendente da obra iniciada ainda na gestão de Mário Covas, em 1998. Com a finalização dos 44 quilômetros, o viário terá 177 quilômetros de extensão. O governo estadual também estima ganhos ambientais, com a redução de 6% a 8% na emissão de gás carbônico veicular na região.