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Roberto Jefferson afirma que nem tudo está perdido

Jefferson está à espera que o STF dite sua ordem de prisão, a fim de que cumpra os sete anos de prisão

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 16h47.

Brasília - O ex-deputado Roberto Jefferson, que em 2005 denunciou o esquema do mensalão que pôs em xeque o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira que está "tranquilo", apesar de saber que será preso nos próximos dias.

Jefferson está à espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) dite sua ordem de prisão, a fim de que cumpra os sete anos de prisão aos quais foi condenado por sua participação no escândalo que ele mesmo denunciou.

"Há oito anos denunciei ao país o maior escândalo que jamais presenciei no Planalto Central desde que me tornei deputado. Tudo realizado por quem, por décadas, apontou o dedo para muitos, acusando-os de corruptos", escreveu em seu blog e em aparente alusão ao ex-ministro da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, condenado a dez anos e dez meses de prisão no mesmo julgamento.

Nesta quarta-feira, o STF decidiu executar imediatamente as penas de pelo menos 22 dos 25 condenados no julgamento do mensalão e só excluiu dessa decisão três dos réus, sobre cujos casos ainda estão pendentes alguns recursos e correções técnicas.

Jefferson foi o único dos réus que hoje se referiu ao esquema que ele mesmo revelou ao denunciar que o PT tinha tecido uma rede de corrupção alimentada com dinheiro público para financiar campanhas e subornar dirigentes de outros partidos em troca de seu apoio ao governo no Congresso.

"Fui cassado e tive meus direitos suspensos por 10 anos; ontem, a Corte Suprema do meu país decretou minha prisão. Estou satisfeito com a decisão? Mentiria se dissesse que sim; conforta-me, porém, a crença de que a política brasileira, daqui para a frente, pode ser melhor", acrescentou em seu blog com a mensagem intitulada "Nem tudo está perdido".

Depois, em declarações a jornalistas na frente da sua casa no Rio de Janeiro, afirmou que não se arrepende de nada.

"Também não me regozijo. Sou um réu condenado igual aos outros. Agora vamos esperar pelo destino", declarou Jefferson, que há meses luta contra um câncer.

A análise da forma como serão executadas as penas estava na agenda oficial do Supremo como primeiro ponto do dia, mas os juízes a postergaram sem explicar as razões.

Segundo fontes judiciais, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, também relator no caso do mensalão, ainda não tinha concluído a análise de cada um dos casos.

Desse modo, e devido ao feriado desta sexta-feira, tudo indica que as ordens de prisão dos réus que deverão cumprir penas ficarão pendentes para a próxima semana. 

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