Rio de Janeiro: equipes da PM seguem no Complexo de São Carlos (Ricardo Moraes/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 27 de agosto de 2020 às 10h31.
Última atualização em 27 de agosto de 2020 às 14h59.
Um homem se entregou após manter moradores de um apartamento reféns, nesta quinta-feira, no Rio Comprido, na Zona Norte do Rio. Criminosos em fuga do Complexo de São Carlos — palco de uma
guerra entre facções rivais que deixou uma mulher morta por bala perdida —, invadiram um prédio e renderam três pessoas. Uma delas foi liberada com um ferimento leve numa das pernas , e um bandido foi capturado. Outro continuou mantendo uma mulher e uma criança reféns até as 7h10.
De acordo com o coronel Mauro Fliess, equipes da PM seguem no Complexo de São Carlos. Traficantes da Favela da Rocinha, na Zona Sul, que apoiariam essa guerra foram interceptados na Zona Sul do Rio, na tarde desta quarta. Já foram apreendidos, no conjunto de favelas, cinco fuzis, duas pistolas e granadas.
Negociadores do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram contato com o bandido que mantinha a mulher e a criança sob ameaça. A Rua Aristides Lobo foi interditada ao trânsito. Ramon Fortunato do Couto, irmão do sequestrador, disse que a família é do Morro do Cantagalo, em Copacabana, na Zona Sul.
— Ele não mora com a gente. Ele está nessa vida — disse.
Ao invadirem o prédio, um dos criminosos baleou o porteiro. Não há informações sobre o estado de saúde do homem.
Agentes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) fazem buscas em prédios nas proximidades do Complexo de São Carlos em busca de bandidos que possam estar escondidos.
O confronto na região deixou uma mulher morta por bala perdida e três pessoas feridas - entre elas um morador, um policial militar do Batalhão de Choque e um suspeito. A vítima fatal do confronto foi a atendente Ana Cristina da Silva, de 25 anos. A mulher, que foi atingida por dois tiros, chegou a ser encaminhada para o Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro. Mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a cunhada de Ana Cristina, ela seguia para o trabalho com o filho de 3 anos quando ficou no meio do fogo cruzado. Para proteger a criança, a atendente teria se jogado sobre o filho.
— Para salvar a vida dele, ela o cobriu e foi baleada duas vezes — disse Vânia Brito, cunhada da vítima, ao “Bom dia Rio”, da TV Globo.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) registra o caso na manhã desta quinta-feira. Segundo a PM, o agente da corporação foi baleado de raspão e já recebeu alta médica. Ainda não há informações sobre a identidade e o estado de saúde do morador atingido por uma bala perdida. Com o suspeito ferido, os agentes encontraram uma pistola.