Zona sul do Rio amanhece com sinais de vandalismo após protesto de ontem (17) em frente ao prédio do governador Sérgio Cabral (Tânia Rego/ABr)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2013 às 17h23.
Rio de Janeiro - As forças de segurança pública do Rio de Janeiro anunciaram nesta quinta-feira que vão reavaliar os procedimentos utilizados para controlar as manifestações de rua, após a ocorrência de novos incidentes violentos e a poucos dias da visita do papa Francisco à capital fluminense.
"O que se faz é analisar criteriosamente o que aconteceu. Refazer um planejamento para uma próxima manifestação que esteja marcada, analisar efetivamente onde nós podemos melhorar, o que faltou, e executar esse planejamento", afirmou o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, em entrevista à imprensa, após reunião de emergência convocada pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) com a cúpula de segurança do Estado no Palácio Guanabara.
Na quarta-feira à noite, a violência se espalhou pelas ruas dos bairros de Ipanema e Leblon (zona sul), onde uma manifestação reuniu centenas de pessoas na esquina da rua em que reside o governador. Houve depredação de estabelecimentos comerciais, bancos e focos de incêndio.
Para responder à ameaça de violência, o comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, defendeu uma maior utilização de armamento não-letal.
"Uma coisa nós temos certeza. O que foi pactuado na Secretaria de Direitos Humanos com a OAB e Anistia Internacional, não deu certo. Então hoje nós já vamos sentar para reavaliar", afirmou o comandante da PM.
"Como é que a polícia vai controlar uma turba sem arma não-letal?", questionou.
Após receber críticas sobre sua atuação e reunir-se nesta semana com representantes do governo e da sociedade civil, a PM havia dito que iria moderar a utilização de armas não-letais, como o gás-lacrimogênio. Para o coronel, os acontecimentos da noite de quarta-feira provam que essa atitude prejudica a repressão a atos de vandalismo.
Em nota, o governador Sérgio Cabral disse nesta quinta que os atos de vandalismo registrados "são uma afronta ao Estado Democrático de Direito". E reiterou que o governo garante, através das forças de Segurança Pública, "não só o direito à livre manifestação, como também o direito de ir e vir e à proteção ao patrimônio público e privado".
Ao falar da estratégia de segurança diante de possíveis manifestações durante a visita do papa Francisco ao Rio, a partir do dia 22, o secretário Beltrame disse que o esquema de segurança para o evento está pronto, de acordo com a agenda divulgada pelo Vaticano, e permanece inalterado, embora tenha reconhecido que "as ações são flexíveis".