Brasil

Rio se divide em decorações contra e a favor da Copa

De um lado, desenhos de exaltação à seleção brasileira, de outro, referências às remoções, aos gastos com a competição e às manifestações


	Artista desenha mascote da Copa do Mundo Fuleco na areia da praia de Copacabana
 (Mario Tama/Getty Images))

Artista desenha mascote da Copa do Mundo Fuleco na areia da praia de Copacabana (Mario Tama/Getty Images))

DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 20h08.

Rio - Da zona norte à zona sul, o Rio de Janeiro se divide entre manifestações artísticas a favor e contra a Copa do Mundo no Brasil.

De um lado, desenhos de exaltação à seleção brasileira e à esperança da conquista do hexacampeonato. De outro, referências às remoções, aos gastos com a competição e às manifestações desde junho.

No bairro da Glória, na zona sul o empate é claro. Na rua Benjamin Constant moradores e comerciantes custeiam a decoração e se reúnem à noite para pintar os muros e o asfalto com desenhos da seleção brasileira e do piloto Ayrton Senna, homenageado do ano. Cada jogo do Brasil será transmitido em um telão de 3 x 3 metros e deve atrair cerca de mil espectadores.

"Recebemos críticas por decorar a rua, só que não fazemos essa festa pelo governo, mas para aproximar os moradores e apoiar a seleção. Os problemas de corrupção do País, resolvemos com o voto", avaliou o coordenador da festa, Valter Peixoto.

Na via paralela, rua Santo Amaro, os desenhos mostram a oposição ao Mundial em quatro painéis e no aviso "2014 é o ano da revolta".

Em um deles, o mascote Fuleco guarda dinheiro na calça enquanto caminha sobre uma favela.

Em outro quadro, há armas e um saco de dinheiro na cúpula do Maracanã (em referência aos gastos com a reforma).

Do lado de fora, policiais armados prendem um índio enquanto um grupo manifesta. Embaixo do estádio, corpos e sangue.

Na Lapa, na região central, há diversas ruas e bares decorados com bandeirinhas do Brasil e bolas verdes e amarelas.

Em outro ponto, um painel na frente da Chefia de Polícia Civil mostra uma bola com quatro braços mecânicos de tratores e um de retroescavadeira derrubar parte de uma favela que está no caminho do "tapete vermelho" da Copa.

Do lado da parede contra a Copa, uma bandeira do Brasil decora a janela de um apartamento.

Apenas 200 metros separam a representação do Fuleco em uma cena de guerra, com uma arma longa na mão (um fuzil ou metralhadora), pintada na base do Viaduto 31 de março, de dez painéis favoráveis ao Mundial, no muro do Terreirão do Samba, na Praça XI, região central do Rio.

Entre os desenhos, chama a atenção de pedestres e motoristas, uma mulata com medidas avantajadas que marca um gol no ângulo em um estádio cheio. Outro desenho mostra que o "DNA brasileiro" gerou o jogador Hulk e o compositor Noel Rosa.

Na Tijuca, zona norte, os organizadores da tradicional festa da Alzirão começam a montar a estrutura onde ficará um telão de 6 x 4 metros e o palco para shows nos dias de jogos do Brasil, que deve atrair mais de 30 mil pessoas por dia.

Na Praça da Bandeira, bairro vizinho, Fuleco segura a balança da Justiça enquanto aparece em uma cena de sexo com uma mulher vendada, imagem que simbolizaria o "estupro da Justiça".

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesFutebolProtestosProtestos no Brasil

Mais de Brasil

Após ameaça de ala pró-Nunes, Federação do PSDB confirma Datena como candidato em SP

Lula anuncia obras de prevenção a desastres, esgoto, água e mobilidade com recurso de R$ 41,7 do PAC

Parque dos Lençóis Maranhenses é declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco

Boulos processa Nunes após ofensas e pede retratação pública

Mais na Exame