Rio remanejará parte dos PMs de UPP para policiamento ostensivo
As mudanças foram anunciadas após uma pesquisa apontar que a maior parte dos moradores de favelas com UPPs não considera que elas tenham melhorado sua vida
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de agosto de 2017 às 19h21.
Última atualização em 22 de agosto de 2017 às 19h34.
O Estado do Rio de Janeiro vai remanejar três mil policiais militares que atuavam administrativamente em Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) para atuarem no policiamento ostensivo da região metropolitana.
O número representa um terço do efetivo das UPPs. Apesar disso, o secretário de Estado de Segurança, Roberto Sá, garantiu que as unidades não serão prejudicadas.
"A UPP não vai acabar. Vai manter. Há o compromisso com o interesse público", garantiu o secretário. "A gente vai conseguir manter a atividade fim e ela vai ser gerida pelos batalhões. Isso é gestão pública."
As unidades dos Complexos da Penha e do Alemão se transformarão em um Batalhão de Polícia Pacificadora. As demais - as UPPs estão em 38 favelas do Rio - ficarão vinculadas aos batalhões da PM mais próximos.
As mudanças foram anunciadas no mesmo dia em que foi apresentada uma pesquisa que apontou que a maior parte dos moradores de favelas com UPPs não considera que elas tenham melhorado sua vida ou sensação de segurança.
O estudo, ao mesmo tempo, revelou que 60% dos moradores preferem que elas permaneçam, embora com mudanças.
O levantamento foi feito pelo Centro de Estudos de Segurança Pública e Cidadania (CESec) da Universidade Candido Mendes.
Os pesquisadores concluíram que o Estado do Rio mantém a lógica de guerra às drogas, com operações constantes para prender traficantes e apreender drogas e armas. Isso se dá em detrimento da ideia de polícia de proximidade, pressuposto básico do projeto.